dezembro 31, 2007
*between the click of the light and the start of a dream
dezembro 10, 2007
i'm so sorry
Ela abaixou-se, ficou junto do seu corpo, imóvel. Ele desenhou figuras ao acaso no ar, esperando que elas eclodissem em qualquer coisa de novo. Ela riscou a cinzento por cima das mesmas imagens, a tracejado marcou uma linha recta que disseminou dois pontos equidistantes numa longitudinal crença. Ele acreditou. Pegou num pincel e desenhou o seu corpo, delineou as suas coxas, fitou a pulsação enquanto docemente descia no seu leito, perdia as fronteiras, agarrava-as e deixava-as fugir. Ela ligava um rádio velho que ornamentava uma poltrona suja, riscada pelo passar do tempo, e ouvia.se uma voz brasileira, uma voz quente mas leve, mesmo muito perene, com uma letra assustadoramente real. Os seus cabelos dourados escondiam umas feições sorridentes, mantidas pelo decurso da sua propria ignorância, ela preferia não ver, preferia não acreditar e aí ele apoderou-se dela.
[eu assomava com um longo vestido branco, rodeada pelas luzes das vinte velas que circundavam a cama. Deitei-me, observei. Levantei-me senti-os. Circulei em espiral por aquele antro maldito, tentando assimilar o que dali restava e o que dali me podia suplantar. Eu necessitava de ser suplantada, ultrapassada no meu percurso enfatizado, arborizado pelas mesmas consciências absolutas que me colmatavam os vazios egoístas. Sensacionalmente os espaços deixados em branco pelo meu ego militante, aquele que já não dormia em mim e de mim se tinha afastado precocemente.
Eram dois, eram dois perdidos numa hora maldita, compurscada por efeitos cada vez mais longínquos da esfera que nos integrava.
[de fora dela consegui preencher as lacunas deixadas por ela, ela que nunca soube enveredar pelo caminho certo e deitei-me sobre mim sentindo o meu ritmo cardíaco cada vez mais acelerado pela irrealidade daquela transposição metafisica. Era anatomia demais, era sexo sem pudor, eram actos enfatizados e continuamente estilhaçados por comportamentos ambíguos dilacerados em salas ocas, limpas por vácuo e com vácuo instalado.
Era o forte odor a sexo, a entrega corporal, a transcendencia através da carne que se proclamava ali. Era eu a alimentar-me daquele espectaculo como se tudo pudesse agrupar em mil colecções de luxuria libertatária, era o observar daquele pedaço de imagem por ela invertido e por ele recriado. Era apenas o acto pelo acto de afuguentar o espirito enquanto acto de destruir a alma]
[e eu fiquei. Calmamente a espera]
why do you come here when you know it makes things hard for me?
i'm so very sickened. oh, i am so sickened now.
novembro 29, 2007
.it will come back to me .
Or why don't you call back to see tomorrow?
I hope i can be the hand that you need
It's unlike a really good solution at the time
It's unlike a really good solution at the time
I've been giving a lots of thoughts...i was so pleased
You were so sad last time we spoke...it seemed...
When i stop thinking about it...it will come back to me.
When i stop thinking about it...i.t.w.i.l.l.co.m.e.b.a.c.k.t.o.m.e.
novembro 19, 2007
.she's lost control.
.but she expressed herself in many different ways.
.until she lost control again.
Como o defendemos, o interiorizamos, o adiamos, o quebramos, o esquecemos, o recorremos.
São sobretudo suportes onde nos debruçamos como se da própria vida se tratasse ignorando que ela nunca os suportará como nunca se confundirá com eles.
i could live a little better with the myths and the lies,
when the darkness broke in, i just broke down and cried.
I could live a little in a wider line when the change is gone.
when the urge is gone.
to lose control. when here we come.
novembro 11, 2007
one more night
E no meio de tantas incertezas misturadas ao acaso escapa-nos a vulnerabilidade de uma avaliação conscienciosa. E custa. Mas nestes dias invadidos por uma circustância que grita mais alto observamo-nos a afundar num mar de papéis invertidos, num oceano de ocupações gratificantes mas mais que tudo extenuantes que nos ocupam a mente e todas essas horas que passam por nós. E aí surge aquela palavra que por mais que a critiquemos e muitas vezes fujamos dela, por mais que a utilizemos sempre que qualquer encontro não se realiza, ela existe e preenche-nos a existência. A palavra escape.
Sabemos muito bem o quão efemero é até o pronunciar da dita. Contudo a necessidade de atear a sua chama perpetua-se indefinidamente. É como o correr atrás de algo que sabemos impossível. Mas ele é impossível? Não, escapes há muitos. Todavia existe sempre um demasiadamente especial tanto pela forma como nos alcançou como pelo impacto que posteriormente nos atacou.
Existe tambem uma posição vazia que impensavelmente ele adoptou face a tantos outros que poderiam dissimular a satisfação sentida. Satisfação essa que infelizmente se propaga.
One more night, that was a good one.
One more night, i dreamed it was a good one.
he starts with her back cause that's what he sees
when she's breaking his heart she still fucks like a tease
release to the sky, look him straight in the eye
and tell him that now, that you wish he would die
you'll never touch him again so get what you can
leaving him empty just because he's a man
so good when it ends, they'll never be friends
one more night, that's all they can spend
One more night, that was a good one.
One more night, i dreamed it was a good one.
One one one
One more, one more night, that was a good one
One more night, the end should be a good one
A good one
outubro 30, 2007
7/4(shoreline)
and it's time..
[and you want to get away]
oh where to go to..?
when you want to get it out?
oh how to get through
if you want to get it all?
[you can own what you choose]
[and you want to live a lie]
and love what you lose
oh oh oh….!!!!!!! it's a shoreline….it's high speed….its a cruel world…and it's time
É como uma onda avassaladora indie em que eles os dois saltam enquanto gritam, esperneiam enquanto cantam, elevam-se enquanto emitem.
Sons, são melodias intrínsecas a cada momento.
É como uma carga surpreendentemente emocional de sentimentos trocados, de permutas esquecidas entre noites ultrapassadas, queimadas, relegadas.
É como um conjunto de euforia grotesta a assomar numa sala saturada onde o ar fica corrompido de uma promiscuidade que apenas pretende ir mais além.
É como procurar entre os meandros dessas mesmas salas, compartimentos abertos, uma fenda, uma abertura minimamente consciente daquilo que exasperamos mas que simultaneamente receamos.
É como ter medos mas escondê-los atrás de um armário velho, com um cheiro adulterado pelo emancipar de tantos caminhos estilhaçados a meio. De tantas vezes que se mudou o percurso apenas com receio do futuro. Um futuro eternamente atrasado para um dia sem fim.
É como nos juntarmos à volta de uma mesa redonda e levantármo-nos a meio do que nem sabemos, indo de encontro. à realização das nossas pulsões adolescentes, porque elas não deixaram de existir, e vingarmos a frustração ressequida, a dilaceração quotidiana em pedaços gratificantes de luxuria e de um adiar do significado. Da palavra pecado. Porque ela nem existe. Apenas do viver aqui, onde aqui se fomentou esta discórdia momentânea do nosso ser, e mantermo-nos serenos à espera que a libertação se processe.
E é como se essa libertação se processasse e saltassemos vivamente em cima de uma cama, partindo, deixando, fugindo, e enviesassemos os nossos próprios desconhecidos percursos em algo que sempre desejamos insano.
E é como se essa insanidade nos invadisse e permanecesse serenamente no nosso corpo e na nossa vontade.
E é como se a nossa vontade se instalasse de vez sobre o nosso ser.
E é como se simplesmente vivessemos.
Acompanhados deste som.
and you're walking away.
and you try to get through.
but you’ve got another life.
from the lies they told you.
and you try to do it right.
and they all will see you.
if you try to steal the beat. ohh.
.chama-se 7/4(shoreline)
.porque fala-se de Broken Social Scene
.porque é incrivel que a representação musical se intercruze na perfeição com a demonstração literária
.acho que já disse que este post é uma musica
.e nao se consegue dissociar dela
.porque ha posts sobre filmes, sobre mim, sobre tudo e sobre nada
.este é sobre, com, e para uma musica
.e para um numero
.30
.e para os 365 dias que levaram invariavelmente a este numero
.e para a passagem de um ano
.uma memória
.uma fugaz tentativa
. este post é uma musica, ja vos tinha dito?
[its coming]
outubro 15, 2007
choses secrètes
Não existe luxuria sem poder nem dinheiro.
Uma coisa implica a outra, não necessariamente uma vinculação antecede-se a outra. Já dizia o grande Marquês de Sade, autor esse que Brisseau se enfastia mas que o inspirou nem que fosse pelo prazer do próprio prazer da descoberta.
outubro 03, 2007
accident & emergency
i’m hungry for you.
E é estupidamente anacrónico que seja assim. É inacessivelmente idiota que se se sinta a chuva lá fora como uma mera continuação de uma tempestade hormonal, passageira, casual.
Porque as vezes só se necessita de um olhar consolador, de uma voz serena, de um estar lado a lado no mais perfeito acompanhamento do ser. De sentir que estamos realmente acompanhados e não um 'estou mais só do que sozinha'.
Porque repentinamente tudo deixou de fazer sentido assim, assim como estava, como que se a desestabilização total de um extremo fosse prioritária em relação a um equilíbrio que nada deve a ninguém. Porque nada tem que se apoiar em escapes reinventados, reconstruídos, adulterados.
Porventura nem sempre nos racionalizamos desse modo, até porque é fundamentalmente complicado, quase impossível, mantermos um poder absoluto sobre tudo o que nos ocorre. E aí nesses pequenos percalços, sorrateiro redemoinho de sensações, cores e visões surge uma voz cá dentro que susurra:
Porque eu só queria a milisémia atenção que não me dás, aquela que nem percebes que de desvanece completamente por entre ti e se dissipa com um coeficiente energético quase nulo por entre a barreira que nos separa, que agora me estilhaça mais para uma perpendicular acima da linha do impossível do que uma paralela à equatorial que nos desengrandece.
Sim é possível desencantar, mais que isso é possível considerar que se errou, se exagerou, se levantou essa ténue fronteira entre dias cada vez mais longínquos, e aí nesse pequeno sentimento de culpa nem sequer ponderar uma mudança de direcção, até porque não existem direcções a tomar.
É como lembrar-me que foi muito estupido mesmo, desnecessário aquele virar de costas 'até já', que não se realizou, que se adiou até um dia, mas que dia? Que horas, que ilusões, que possibilidades, nenhumas, já se sabe, eu sempre o soube. Eu nem sequer cheguei a entrar nesse avião porque sabia que a viagem tinha terminado antes de começar.
It's you who puts me in the magic position, darling now.
Mas eu só queria apenas uma qualquer palavra, uma qualquer demonstração, uma qualquer segurança, uma qualquer confiança, embora só receba desvios relativos aquilo que eu queria. Sim porque eu ainda acredito que não tenho que somar a diferença que concebia uma indiferença absoluta. Provavelmente, porque como a pressão, não perspectivo exasperação maior, e nesse âmbito será impossível atingirmos um mero valor negativo. Porque não existe nada que distorça mais do que já está.
Porém mesmo porém, eu sinto algo como maior, mais forte, mais abrangente, sinto varias vertentes a convergirem para o mesmo ponto, a afundarem como um rio pesado mas original, excêntrico e ditatorial, vejo-me a mim encetando varias cores, adoptando aquele estar que tanto desejei, prosseguindo calmamente e evoluindo lentamente para patamares nunca antes vistos. Porque eu gosto e antes de tudo isto é mandatorio.
E fantasticamente feliz. São mil cores, mil hipóteses coabitando no vão mais louco da inteligência. E da necessidade. Da eclética vontade de ser diferente. E pela primeira vez...gostar-se de ser assim.
Accident! Emergency!
To terrorists, catastrophe
Drop this agony, and misery
Give me accident and emergency!
setembro 16, 2007
always...
.I want you to make me cry. I want to remember the places that we left.
.Lost to the mists of time.
Pode-se afirmar que foi naquele redemoinho de sensações que se instalou uma evasão pacífica do meu ser. Levemente me enrolava sobre mim e em mim, ansiando os dias e as noites, ansiando a calma e o equilíbrio que me podiam invadir, sonhava e imaginava os meandros da minha mente afagada pela mais sublime melancolia. A da vida e das suas dualidades.
Saí de la claustrofóbica, procurei-a desesperada, que poderia ela sossegar em mim se neste corpo só sobrevivia a mais negra das desilusões vigentes? Provavelmente nada. Sei que saí de la, saí com este corpo que me fomenta o espirito, andei, observei aquelas torres simétricas e consegui apreender a melodia, o início, o início de um fim que prometia, prometia mais que cumpria mas que efectivamente me corrompeu. Porque nem interessam já as noites passadas em stress constante e choro sub-humano, apenas importa o que encarnei naqueles singelos momentos. O que simplesmente parei para assimilar. E foi qualquer como isto.
i know that you’ll go soon. you’ll find out so take me with you.
always.
She broke away sempre. Acho que até nem consegui parar para compreender que sempre foi assim. Quebrar, partir, destruir, recalcar, criar, sempre me interiorizaram a alma. Porquê renegar isso? Porquê renunciar a uma preguiça mais mental que psicológica? Porquê nao sucumbir ao que letalmente me engrandece? Acho que fui demasiado ingénua. Mas prossegui. E aí no limiar da necessidade, que por visceral me colmatava os vazios esquecidos, consegui entrar dentro da minha pele e sentir o que até então eu renunciava sentir. E porquê tão tarde? Nem interessa, foi bom e por mais que me guiasse para a aniquilação absoluta, isso não alterava mais. Because it's like learning a new language, helps me catch up on my mime. if you don't bring up those lonely parts. this could be a good time. it's like learning a new language.
Contudo ainda escutei dentro de mim: ‘but you're so cute when you're frustrated, dear..yeah you're so cute when you're sedated, dear’, e aí aceitei os efeitos do alcool. Numa mente sedada pelo inacessível nem sempre se coadunam as prioridades da forma mais correcta, até aposto uma regressão, provavelmente uma linearização com um coeficiente de correlação de 0,85. anyway não pude assegurar nada. acabei por seguir. E não cumprir. E até esse ponto fui honesta. Como sempre. O problema é que me quis afundar. Na minha maior lástima e desejo de perda. A da vontade. E da impossibilidade.
Hey, Hey, vejam só como podem ser irónicos os altos e baixos do temperamento.
E como eu gosto deles. Tick, tick, tick, tick...
Time you take it
Time you take it
You make me, you make me….you make me, you make me….
You make me want to lose it.
Neste mesmo espaço reconstruí, foi bom. Foi muito bom. Depois ainda continuou. Estranho sentir desta forma. Perda, quero perder-me...não, quero me reconstruir. É essa a palavra. Correr atrás do que me fugiu. O que fugiu? you wanted a love song from me. now there´s a love song for you.
E neste mesmo espaço(pela segunda vez), a luz cegou-me, a cor inundou-me a vista, eu quase que retrocedi, intrisecamente tive sintomas de privação, mas de quê? Deste poço maciço de ideais crucificados, ou neste dia, que em míseras 24 horas se transformou no mais penoso possível. you come here to me. we'll collect those lonely parts and set them down.
You come here to me...
Rebolei, recusando sequer compreender as luzes e os sons que se misturavam neste compartimento, no fundo só queria deixar-me ir até que esta desilusão me arrastasse para nunca mais voltar, só queria...She says brief things her love's a pony. My love's subliminal.
Ponto final, olhei pra trás e sorri. Agora dá vontade de sorrir, de passar para o outro lado da ponte de uma forma inimaginável, porque ao recorrer fui eternamente feliz e ao atravessar a passadeira nem sequer notei, como foi possível, a dor, que é a dor, transformar-se e apenas me sussurrar ao ouvido... stay out of trouble, stay in touch.
try not to think about me too much.
E é complicado pô-la de parte nestes dias que me assolam o destino, esse que nem existe, porém que se distende aos meus pes. A dor a dor, essa fome linearizada do meu apocalíptico meio de perder a identidade, a necessidade, essa linha recta que não percorro. Ela sempre ela. A ansiedade. O apelo. Mas qual apelo?
Seria possível?
But now the feeling's growing,
I would be better off with their help.
E no fundo foi tudo tão estranho assim...mas fundamentalmente....meu.
agosto 19, 2007
she broke away
when she walks down the street. she knows there’s people watching.
the building fronts are just fronts to hide the people watching her.
she once fell through the street. down the manhole in a that bad way.
the underground drip.
she was all right cause the sea was so airtight. she broke away
she was all right but she can't come out tonight. she broke away
she was all right yeah the sea was so tight, air-tight…
she broke away, broke away
she broke away, broke away
she broke away, broke away
bottom of the ocean she dwells
from crevices caressed by fingers
and fat blue serpent swells
Stella..Stella!!! oh Stella….
Stella I love you, Stella I love you, Stella I love you….
well she was my catatonic sex toy lovedrug diver
well she was my catatonic sex toy lovedrug diver
she went
down
down
there into the sea
she went down
down
down
there
down
there for me
right on…oh yeah…
right on
oh yeah….
right on
so good
agosto 06, 2007
turn on the bright lights
Ainda se encontram caídas, reestabelecidas, as folhas, as ilustrações, os moldes, modelos matemáticos circuncisados por mim. Destruídos, vulgo a destruição maciça, ofegante, demolidoramente frustrante, cambaleante no seu desmedido suor. Distance. I'll keep my distance. These things I never seem to mean. So I leave the murder scene. Este mesmo lugar que me devolve a calma perdida e amalgada por horas desgastadas, rebuscadas, inquietantes. Formou-se um círculo que rodou a meu favor. Basicamente tudo se concretizou como o ansiado, simplesmente tudo se coadunou como o merecido, mas qual esperança, qual satisfação? Via-a nos olhos dela, olhos tristes atrás de um balcão das informações, atrás de uma barriga enorme que não para de crescer..: We can cap the old times make playing only logical harm..:We can cap the old lines make playing that nothing else will change..:, vi nele abruptamente tão instável quanto certo do seu caminho, vi em mim nas diferentes ascenções, nas subidas vertiginosas.
Vi em mim quando saí e esperei por ele. Antes apareceram eles, graciosamente contornaram aquela ilha que construí a minha volta. Ilha que me limitou e me engoliu como me enrolasse inteiramente numa onda de 300 metros. Aí não conseguia obter vislumbre do redor, do que hermeticamente me fechou num quadrado obtuso, e impossível de destrinchar. ..: She puts the weight:.. ela. Eu. Eu sempre atras eu atras, atras daquilo, do resto que sobrou de mim naqueles parametros, atras daquele momento, qual?, atras do ar, da simples brisa que me invade, naquela hora, naquele exacto momento, naquele mergulho, que por si só me transmite a calma que não esperava mas que nao reconstitui. Mas shh. Silêncio. Nothing to be scared of my dreams, they keep hold of me my guides when I can't see.
E sento-me. Na areia, sento-me. E nao desaparece. Este poço sem fundo nao me remete para nada. inspiro e expiro. E nada. porque ela nao chega ate mim. Ela bate a porta da minha pele mas nao penetra nem pelo minimo poro. Continuo a olhar. Pesadamente sobre o fio da navalha que me distancia de mim em mim e para mim.
Look at us
Through the lens of a camera
Does it remove
All of our pain?
Chego a encara-la de frente, contudo não a interiorizo, e ela docemente acena-me um adeus e permanece sentada a porta, à espera. got to be some more change in my life.
Vulgo designação corrente de felicidade, momento de extase e sobretudo de satisfação, ei-la a fonte de poder desmesurado que não sinto, que nao equilibro. Porque ela não me larga, porque ela vive em mim, nas multiplas benzodiazepinas as 3 da manha, porque elas nadam em mim, mergulham e so me socorrem nas 14 horas volvidas, passadas através de Sartre, de Duras, de Camus, até de um simples Suskind, o que é isso comparado com a doce Elfriede, gosto dela porque ela escreve como eu e ela emerge como eu. : But she can read, she can read, she can read, she can read, she's bad. She can read, she can read, she can read, she's bad, oh she's bad.
O que eu mais ambiciono é emergir. É perder para ganhar. É ganhar e conseguir vencer. É encarar esta batalha ganha como algo que me transporta para um novo patamar. Que debilmente desprezo e envieso. Porque o faço? Mais uma, mais duas benzo. As vezes penso que ela escolheu muito bem, vistas as coisas, ele é fraquito, todavia acabo sempre por me redimir a dois. i know you've supported me for a long time somehow i'm not impressed. Três. São quatro. Cinco. Nunca cheguei a tanto. Se pensasse todas as noites no frio que aqueles pobres bebes apanham largados no jardim da Epal talvez fossem seis. Sete. Oito da manha.
Após esses interregnos todos, creio que me reviro constantemente sobre a forma da expulsão do mais fraco e a predominância do mais forte. Acabo sempre por olhar para mim de frente e manter a velha visão de uma perfeição desenquadrada, confundida, desprezada e imensuravel. It's up to me now turn on the bright lights.
Termino por me rever nos risos de quem gosto, no sofrimento de quem perscruto com o olhar, na dimensão de uma mortalidade consciente mas estruturada.
Ate podia falar dela mas isso não me chegava.
Em certos momentos da nossa vida atingir um patamar apenas nos remete para a necessidade de atingir o imediatamente acima e a sede de absoluto consome-nos o espirito numa vasta imensidão de descontroles cerebrais. Porque não passam de automatismos estruturais. Que nos estruturam a existência.
.It's in the way that she walks, her heaven is never enough
She puts the weights in my heart
She puts the, she puts the weights into my little heart.
julho 24, 2007
thank you
Existe uma capacidade adicional, que eu confesso que não possuo, que se chama: saber ouvir. Não é qualquer pessoa aquela que nos ouve, porque nem qualquer pessoa tem a aptidão de se conseguir pôr realmente no lugar da outra esquecendo por completo a sua pessoa, porque de facto, está a posicionar-se noutro corpo espiritual, e aí ser-lhe-á impossível sequer, fazer qualquer comparação a meio que seja consigo próprio. E sim aí podemos dizer que quem o consegue, sabe ouvir. Saber ouvir remete para uma ponte entre a inteligência e o universalismo, o saber observar, sair de si e regressar com muito mais do que entrou. E esta pessoa albergava todas essas características sim. Era mesmo como disse o Estrela, ‘uma pessoa reservada, silenciosa que sabe observar e que pertence à classe das pessoas mais inteligentes’.
Muitos dos meus ‘males’ nasceram exactamente da situação de nao ter quem me ouvisse mesmo. Quem pudesse entrar dentro de mim e aí compreender na perfeição o que se passava cá dentro. Não havia. Agora há. E agora que faz um ano precisamente que este ser entrou na minha vida não posso deixar passar a data em branco.
Existem coisas mesmo muito surreais, porque as circunstâncias em que nos conhecemos não eram nada enquadradas numa perspectiva qualquer de vida minha, ou seja, nunca me imaginaria noutros tempos a ir como fui daquela vez. Depois vieram os depois e esses depois acabaram assim. Nesta amizade que aparte, de eu ter pessoas de quem gosto muito e que sim também sabem ouvir à sua maneira e muito me deram ao longo destes anos, nunca me conseguiram conceder a paz com que fico depois de falar com esta pessoa. E é fenomenal porque parece uma obra do destino qualquer. (destino?), depois de passar uma das fases mais complicadas da minha vida e ter tido mesmo pessoas do meu lado, incansáveis, e mais que tudo amigas, pergunto o que esta pessoa não teria feito por mim na altura. Parece que todo aquele conjunto de acontecimentos vieram tao simplesmente forçar a que nos conhecessemos porque, sim, eu atravessaria períodos tao complicados quanto aquele e sim, estava como se há-de dizer, já há muito tempo sem a encontrar. Nunca pensei sequer em encontrar...repito. a esperança tava perdida. Todavia eis que na Ribeira eu conheco a rapariguinha caladinha, muito sossegadita, a rir.se de vez em quando, e sobretudo a observar. Que teria ela observado de mim naquela noite? Não sei. Seguiram.se outras e uma bela tarde no tasco da Maia, ali o batido de pistacho LOL ou era d morango? Enfim, aí penso que fiz o que fazia com as pessoas. Ao mesmo tempo senti que podia. Sim porque no fundo, eu estava-me a comprometer a que tudo me saísse ao contrário, o meu desabafo podia não cair de todo bem, mas nunca fui pessoa de pensar em consequências dos meus actos, e de facto arrisquei sem pensar, saiu-me naturalmente e ela naturalmente ouviu.me e falou comigo como se me conhecesse há anos e como eu tivesse simplesmente a falar de algo que ela tão bem conhecia. E assim continuou. Até hoje. Esteve presente num momento particularmente dificil meu, não pessoalmente, mas esteve, e embora na altura eu tivesse recorrido a ela sinto que se fosse agora recorreria com maior intensidade visto a força da ligação que se formou.
Não posso afirmar que depois deste acontecimento na minha vida, comecei a ver os outros de outra forma, ou a dar-lhes menos créditos, não de todo, apenas me vejo de outra maneira e me posiciono na vida e em mim de uma maneira que há totil (lol) que precisava. Porque por mais que eu acredite que a felicidade, os momentos, existem e se consolidam no vão da nossa solidão existencialista, no meu perene caso, sempre precisei de uma voz, uma voz não complexa, não sábia demais, uma voz apenas que agisse como uma unica chave para uma fechadura.
e como acabou por ser um testamento, deixo aqui uma musiquinha que gosto mesmo muito!! adoro, e penso que também gostas, ou não fosse ele o nosso Brian!
I wrote this novel just for you
It sounds pretentious but it's true
I wrote this novel just for you
That's why it's vulgar
That's why it's blue
And I say thank you
I say thank you
I wrote this novel just for Mom
For all the Mommy things she's done
For all the times she showed me wrong
For all the times she sang God's song
And I say thank you Mom
Hello Mom
Thank you Mom
Hi Mom
I read a book about Uncle Tom
Where whitey bastard made a bomb
But now Ebonics rule our song
Those motherfuckers got it wrong
And I ask
Who is uncle Tom?
Who is uncle Tom?
Who is uncle Tom?
You are
I read a book about the self
Said I should get expensive help
Go fix my head
Create some wealth
Put my neurosis on the shelf
But I don't care for myself
I don't care for myself
I don't care for myself
I don't care
I wrote this novel just for you
I'm so pretentious
Yes it's true
I wrote this novel just for you
Just for you
Just for you
julho 09, 2007
we must never be apart
Os Smashing Pumpkins não foram aqueles que estiveram em palco. E Billy Corgan sabe disso. Sabe que depois de ter reiventado e introduzido uma lenda na historia da Música no Mundo dificilmente, depois daquela quebra relacional, poderia reverter situações irreversíveis.
Após um reconhecido Gish, um lírico Siamese Dream, um acolhedor Pisces Iscariot, um potente, fenomenal e incomparável Mellon Collie and The Infinite Sadness, uma obra de pura e inultrapassável arte chamada Adore, um fogoso e apaixonante Machina The Machines of God, sem esquecer o curioso e brilhante The Aeroplane Flies High-Turn Left Turn Right, Billy Corgan e Jimmy Chamberlin chamam três musicos e sobre a força da convicção do primeiro, apresentam-se como The Smashing Pumpkins. Lançam hoje Zeitgeist. Fazem uma digressão de apresentação ao álbum.
Decorria o ano de 2000 quando Billy Corgan, D’Arcy, James Iha, e Jimmy Chamberlin anunciavam o fim da sua carreira. Com o visceral concerto no Estádio do Restelo, despediam-se assim dos muitos fãs portugueses que os acompanharam. Chorei bastante, não pude acreditar, recordava o momento que a Shame entrou na minha vida, os multiplos acontecimentos que me faziam recorrer ao Adore, as desesperantes necessidades de ouvir a voz do Billy para conseguir ultrapassar muito do que até então vivia. A sua voz sempre foi a minha salvação. Em muitos momentos dela, desde os 12 e principalmente nos 15/16 anos, vivi intensamente o que se chama por amor a alguém, neste caso, à música, a um album, a muitos albuns, a um musico. Inegável é a excelência deste Senhor. Quer se goste quer não se goste, continua a ser das poucas pessoas que se pode apelidar de artista, de um génio. E como tal, tem um objectivo na sua vida. A perfeição. E aí sim. Ele sabe-o. Atingiu-a por muitas vezes. Mas como todos os prós também existem contras e foi exactamente esse feitio obsessivo que conduziu ao fim da sua carreira.
E eu continuava a recordar os momentos que inventava mil desculpas à Mourão para não lhe emprestar o Adore porque simplesmente não conseguia viver sem ele, a epopeia que foi o encontro com os amigos dela que rapidamente se tornaram meus amigos, aquelas peripécias que a ninguém mesmo, aquela fila enorme que passamos a frente nem eu sei como, eram umas 21h...enfim. o táxi táxi táxi.
Zwan foi uma criação inóspita, vulgar e que não careceu de nenhuma atenção minha. Billy afundou-se e no buraco não conseguia visionar o fundo. Nem um ano volvido e proferia:’Nem sei como entrei nisto..’. Pois nem eu.
2005 aparece TheFutureEmbrace, o seu album a solo. Na Aula Magna o esperei e nela tive a certeza(como podem ler em:http://trustanyone.blogspot.com/2005_06_01_archive.html, post de dia 10 de Junho, curiosamente). Ele queria e precisava de voltar com os Smashing. O James Iha, a D’Arcy e o Jimmy Chamberlin.
Em 2007 é anunciado o seu regresso. Todavia não. Ele não conseguiu o que precisava porque D’Arcy e James Iha não se encontrão com ele. A vida continua e é feita de momentos. O seu poder criativo e toda a sua majestosidade só morrerão quando ele deixar este Mundo, por isso, acredito nele, neste homem que deu tudo de si pela Música e pela orgânica força que o acompanha. Sei que os Smashing Pumpkins neste momento são Ele e a sua grande amizade por Chamberlin. Sei que dificilmente vibrarei com algo que daqui nasca como vibrei ha anos. Também sei que a musica evoluiu para novos patamares e o que se ouvia em 1995 não é de todo o mesmo que se ouve agora. Porém existem coisas imortais. Fenómenos mesmo. Existe fome de criação e vontade de agarrar o momento por quem sabe que reune todo o talento para conseguir tal. Estarei sempre do lado dele. Sempre com ele. Agora e sempre.
Because him is the greatest artist i’ve ever known….
junho 07, 2007
amorino
Make it whole. Heart and soul.
Un jour je t'emmènerai
Vers ce grand pays froid
Là où l'été se tait
La nuit la pluie sans cesse
Engouffré par l'hiver
Et blotti contre toi
Je te raconterai
Cette envie qui fait vivre