dezembro 30, 2006

i'm not sorry there´s all to save

O semestre inédito que transpareceu segurança e optimismo, estabilidade e esperança. Mesmo quando perdia noites escrevendo, mesmo quando caí abruptamente e me segurava pelos cantos da minha construção. Mesmo quando o equilíbrio cedia em pequenos percalços a minha veia espiritual e fazia-me condescender num tumulto de ideais pré-objectivados. No fundo perdi uma batalha e reconhecia a perda de uma guerra que nunca foi minha. No mistério do seu não, descansava presa na similar premissa. Depois foi o que foi. E foi tarde. Atónitamente observei o soalho e as paredes riscadas de vazio, estremeci sem palavras, saí sem comer, contia, vertia, aglomerava esse impossível. Mas no fim consegui. It’s my song to say goodbye. Mas voltei atrás, e foi difícil mas ele estava lá. E juntos percorremos o caminho que foi traçado para nós.
Nunca senti, nunca excedi, nunca previ. When we both of us knew how the end always is. Poucos mas bons. Restícios mas fortes. E é curioso como me intercepto sempre com a vontade de expor esta situação. Porque acho que qualquer pessoa precisaria de apreender o que vivi e quiçá elevar o seu próprio padrão de plenitude. I’m so hollow, i’m so hollow, i’m so, i’m so, i’m so...hollow.
Because I’m not sorry there's all to save.Repentinamente senti o poder do efectivamente, da noite, e de uma visão salvadora. No fundo do túnel encontrei um farol quebrado mas operatório. Ele quis me ajudar inventando pontes de sustento no irreal, eu quis acreditar. Reciei, mas mantive a serenidade. No café, na esplanada, numa música intemporal. Na voz da Alison Goldfrapp em “Time out from the world” que inundava este quarto de azul claro e cheiro a algodão-doce cor de rosa. Da paz e do sentimento mais puro e sincero que alguma vez já senti. I make a shrine for you. De pegar no Abril para sentir o que sempre evoco que sinto. We change the world, just you and i. De construir noites mas antes de tudo de construir algo que não sabia que destino teria apenas que tinha de existir. On every world you ever said. I’m dreaming of another time. Inusitadamente redescobri a voz e a entoação musical que recobre o psiquismo mais invariável. Without you i’m nothing at all. Levantei-me, sentei-me vezes sem conta no combater do desígnio que tracei. You are always ahead of the game when i drag behind. Eloquente Brian Molko, visceral redescoberta que iluminou o meu inconsciente. Baby did you forget to take your meds? E no limiar dos pássaros e das abelhas entoei um arrebatador declinar do que conseguira até então. Protect me from what i want.Após o descarrilamento não havia mais nada a fazer senão falar. Porém não obtive resposta. Foi duro mas foi estranho. E porquê? Até então nunca precisei de verbalizações somente de vivências. Contudo prossegui. Deixei-me ir. Tive momentos de pura satisfação e instantes que sentia o meu estomâgo efervescer se nele pensasse. Se o visse. Mas continuei numa mentira que podia a qualquer momento passar a realidade. Só que percorria uma trilha enganada, afinal todas vezes que me sentia injusta justificaram-se pela falta de carácter e conteúdo de outros. Neste caso de outro. E foi necessário sim. Porque deste modo a quebra e o vulcão que se abateram sobre a minha pessoa tomavam consciência que afinal tudo que sentira desde a doce primavera, era algo. Algo que posso afirmar orgulhosa que nunca senti. Porque podemos gostar do que alguém nos faz sentir mas também podemos gostar desse mesmo alguém por toda a sua unicidade. E aí estaremos a amar. E confesso. Foi estranho sentir. E é tao dificil ouvir sem sentir. E tão bom conhecer alguéns que realmente merecem o nosso respeito e admiração, a nossa amizade, pessoas que não fazem parte do meu quotidiano fisico mas permanecem no mental. E aqui vou citar nomes. Márcia, Miguel e Estrela. Como podia citar inúmeros outros alguéns que estiveram lá mas que já fazem parte de mim há muito.
E na recta final desse ano, descobri Bjork no seu absoluto, através de ti, mas sabes que apenas por mim. Porque as vezes insistes em ideias tontas. E eu insisto em procurar o caminho que todos nós subentendemos alcançar. E foi através da sua voz como através de tantos copos erguidos pela minha languidez corporal neste compartimento fechado que encontrei caídas as minhas chaves circunspectas. E de outros locais fechados mas submersos na sua jornada perdida. Foi dificil, sim, foi tudo aquilo que pode ser mas também nunca poderia ser de outra forma se não fosse eu. Porque pelo menos sei que quando o sinto, lhe sou fiel. E nada como sermos fieis a nossa intempestuosa essência. I go through all this before you wake up, so i can feel happier to be safe up here with you.Referências:
Em 2006 saiu ‘Meds’ dos Placebo a meu ver um dos melhores albuns deste ano, onde saliento, como 3 melhores musicas do album: Meds (devido a superação da composição e a libertação existencialista), Drag (sem dúvida uma lufada de ar fresco, de levantar a poeira, eclodindo numa fantástica exorcisão), e In the cold light of mourning (a evasão sensorial numa balada só).
Refiro também, "Fake Chemical State" de Skin, com a deliciosamente inebriante "Falling for you", tradução do choque irresistível da atracção apocaliptica, "Nothing but", uma honesta confissão musical e "Purple", eloquente e quente voz numa minimalista expressão verbal.

Bom 2007 a todos =)

dezembro 18, 2006

and isn't it ironic?

‘quem for o último a chegar ali ao fundo é ovo podre!!’

E lá ia eu toda afogueada para não ser a última sendo sempre a mesma...

“Apresento-vos Joana Barata!”
e lá entrou ela com o seu vestido aos folhos, azuis, brancos e rosa, que ela jura a sete pés que não sucedeu tal entrada, na turma B na 3 classe. Mas lá estava eu, aquela pobre alma, como diriam alguns agora, uma deslavada, que seria constantemente espicaçada por esse terramoto em estilo de dureza e inteligência, que me atirava a carteira verde dos Simpsons, ‘what the hell is this??’ pa cima do muro e ia o sapo, feijão e pintor, tirar, que colocava o pé em falso para de propósito a morta viva cair e depois jurava que era mentira, que corria comigo desesperadamente pelos 5º e 6º anos a gozar com os putos, a perguntar se conheciam o Gonçalo Chaveiro ou o Franscisco Cunha. Caso para dizer, é que ninguém se dava ao trabalho de perguntar por tal.
E isto para quê? Porque hoje é um dia especial, porque hoje faz anos a Deusa Fictícia! Porque hoje me apetece falar do quanto as pessoas se podem tornar fundamentais na nossa vida e no quanto eu prezo esta amizade.
Lembro-me de a consolidármos quando aquelas personagens das nossas amigas, que viriam a ser as “do nosso grupo”, criavam um grupo musical e eu era a manager!!! e eu e tu começavamos a gozar com o famoso ‘monstro vermelho’, iamos para o campo de terra fazer palhaçadas e depois eu tirava-te à má fé uma foto, que viria dias depois a ornamentar o meu quarto. Que valeu a minha mãe desconfiar de tal situação!!! Tipo ovos verdes, tás a ver?? LOOOOOOOOL “ai a alérgia, as desgraçeiras!!! Ai vão pa lá pas desgraçeiras!!”...enfim...
E sim ia eu toda contente para o nosso belo colégio uma hora e tal mais cedo do que era necessário, porque as aulas só começavam as 9h15, para a menina barata não ficar sozinha!! Sim que ela madrugava e lá ia eu e depois a Vanessa perguntava-me:”mas que vens fazer tão cedo para aqui?” e eu”para....tar com a barata!!” e pronto iamos po pátio dos do secundário gritar e fazer “palhaçadas” as 8h15 todas contentes....tirando as vezes que iamos jogar futebol, e os treinos para o corta-mato em que corríamos lado a lado o tempo todo mas quando entrávamos na recta final para a meta, aceleravas e deixavas-me SEMPRE PARA TRÁS!!! Burra era eu não?? Já se sabe...de todas as vezes que me gozavas com cenas tipo carteira e os papéis que ainda guardo religiosamente aqui na minha gaveta, estilo:

‘Gostas verdadeiramente do Toni?’ >>> eu

Sim [ x ] Não [ ] >>>> tu

Qe riso o nosso naquelas ruas do Porto...e mais o famoso, que não chegaste a ver:

‘Tou farta de ti!!! Vai para o ca.....” LOOOOOOL

E as vezes fartavas-te sim. Especialmente quando ficavas sem me falar um mês!! Porque eu tinha dito:”barata a venda na feira a 300 escudos!” ou dava o teu número ao bernardo que era louro, alto e tinha olhos azuis. E só queria tomar café contigo na mexicana. Ou então quando tinha a panca de dizer a toda a gente que namoravam contigo ou que ainda iam namorar. Diz lá se isto é de uma pessoa normal...e de contar a todaaaaaaas as santas pessoas esta historia que idolatro e será para sempre A MINHA PREFERIDA!!:

‘ então estamos todas na piscina e vamos todas a baixo a ver quem aguenta mais tempo debaixo de água, eu fico a ver. A barata vem ao de cima, expira e inspira bem e pumba again pra baixo sem antes dizer:”fui eu que ganhei ta??” e depois la vem todas acima e a barata AINDA LA EM BAIXO!! E pronto foi ela quem ganhou.....”>>>só de me lembrar que contei esta história completamente bêbada na fila pas wc's no meu primeiro arraial do IST 2002, que me valeu passar a frente pois haviam umas raparigas simpáticas que adoraram a minha espontaneidade! e a tua cara ao meu lado!! LOLOLOL sorry o resto do arraial que sabes...que exageras sempre tb =X ou nao...LOL

Simmmmm porque nunca conheci ninguém tão directa, prática e concisa, que dissesse o que tinha a dizer sem qualquer problema, indo ao assunto de forma frontal e sem papas na língua. Porque a autenticidade sempre foi rara mas nesta rapariga não encontra forma de se reduzir...genuína é a palavra certa. Por cada lágrima que soltaste naquele barco que nos levava de volta para o Funchal, de cada música que inventámos, de cada sofrimento que ocultaste e enfrentaste sozinha, de cada estupidez que dizias só para me animar, de cada olhar de compreensão, de vez que te rias sonoramente de cenas minhas/tuas/nossas, da nossa intimidade que existe e é indestrutível. De todas as vezes que estiveste do meu lado quando mais precisei, a grande decisão do meu futuro universitário, do apoio, daquela vez que foi só rir nas inscrições no IST que foste comigo e tu “magda q?? Ferreira?? Ai troeira!!”, a tua simples presença. O pêssego que levaste da cesta e foste a comer rua fora, aquele dia que estavas cheia de fome e abriste livremente o frigorífico, os fonemas de horas que a tua mãe se chateava, quando me pediste para dizer ao Bernardo que tinhas caído só para ele te levar à Tercena para não ires de comboio, e agora recentemente o Rogérito!! E os fantásticos itens para a lua de mel que me saiu de certa medida furada mas tu sabes o quanto eu quis que saisse bem..ai LODI LODI!!! Tem aqui uma amiga......enfim.

Apenas para dizer que te adoro para todo o sempre, Muitos Parabéns, serás sempre “aquela” pessoa, quero que sejas muito feliz e como sabes, grata fiquei por te sentir bem na decisão que tomaste e fundamentalmente feliz. Porque para terminar, A BARATA CASOU-SE!!! Ah pois é, uma data memorável, 1 de Outubro, amei cada minuto passado! Apenas lamento quem levei comigo, mas pa não interessa, as pessoas erram não é? Mas já passou! =) amo-te para sempre my best friend!E como não podia deixar de ser, deixo a nossa letra, ainda te lembras certo? =P

An old man turned ninety-eight
He won the lottery and died the next day
It's a black fly in your Chardonnay
It's a death row pardon two minutes too late
And isn't it ironic... don't you think..?

It's like rain on your wedding day
It's a free ride when you've already paid
It's the good advice that you just didn't take
Who would've thought... it figures…

Mr. Play It Safe was afraid to fly
He packed his suitcase and kissed his kids goodbye
He waited his whole damn life to take that flight
And as the plane crashed down he thought
"Well isn't this nice..."
And isn't it ironic... don't you think..?

It's like rain on your wedding day
It's a free ride when you've already paid
It's the good advice that you just didn't take
Who would've thought... it figures

Well life has a funny way of sneaking up on you
When you think everything's okay and everything's going right
And life has a funny way of helping you out when
You think everything's gone wrong and everything blows up
In your face

A traffic jam when you're already late
A no-smoking sign on your cigarette break
It's like ten thousand spoons when all you need is a knife
It's meeting the man of my dreams
And then meeting his beautiful wife
And isn't it ironic...don't you think..?
A little too ironic...and, yeah, I really do think...

It's like rain on your wedding day
It's a free ride when you've already paid
It's the good advice that you just didn't take
Who would've thought... it figures

Life has a funny way of sneaking up on you
Life has a funny, funny way of helping you out
Helping you out...

dezembro 09, 2006

possibly maybe

Chegar aqui e apagar. Sem dó nem piedade. Sentir a voz falhar em pequenos murmuros adiados. your flirt finds me out. teases the crack in me. smittens me in hope.
Fazer um balão de pastilha elástica fluorescente rebentar efusivamente sobre a minha boca. Circundar os compartimentos com bolinhas de sabão. Pintar a parede de azul, entoar a melodia esquecida num devaneio insano entre os presentes. Gritar de raiva contida afastando a poeira sobrecarregada daquela sala, destinando o futuro do outro para bem longe do meu. ‘Possibly Maybe” foi a primeira música negativa que Bjork escreveu. Ela sentiu-se incomodada por ter escrito algo que retira qualquer esperança. Às vezes vem-me à memória como existem seres vivos que não tem conteúdo nenhum. Que só estão cá, neste suposto mundo, para preencher vácuo. Mas que mesmo assim, denominam-se divinais ou máximos ou alguém de muito valor. Seriamente, não falo com despeito nenhum porque esse estado nunca verdadeiramente me afectou, mas sim penso no quanto é custoso reflectir que temos que nos cruzar neste percurso diabólico que é a vida, com pessoas que não servem para nada sem se darem conta disso. Pessoas que estagnaram no seu processo de crescimento perdendo o sentido do ridículo. Todavia lá está...o facto de serem tão inúteis só me fazem lamentar a poluição deste universo e nada mais. E isto não se trata só de tpm.
Descobri que o que mais odeio nesta vida é que me interropam quando estou a ouvir música. Não é quando estou no bus com os meus headphones, nem quando vou a caminho do bus ou do técnico, nem quando estou a ouvir enquanto estudo. É mesmo quando estou a ouvir música. Sentada, de pé, parada, a rodar ou agarrada às paredes. Anyway. Uma bola gigante encarnada. Desce, desce, desce, penosamente deleita-se sobre mim, este corpo adormecido pelas duas da manhã. Metafísicamente os nervos explodem em metáforas análogas, bolhas insistentes de fúria contida, terno olhar para o horizonte, uma expressão serena, a doce noção de perda dos sentidos recônditos, a sintonia recalcada, talvez o ódio. Pergunto-me porque, naquele instante, tudo parece irredutível e inultrapassável. Depois as marés acalmam-me e olhando para trás não encontro nada. possibly maybe. possibly maybe. possibly maybe.
Que quando menos espero as palavras soltam-se em mim e fazem-me viajar enquanto observo a chuva desviar a sua rota e simultaneamente se abate sobre mim um temporal de certezas adiadas, conduzindo-me ao país das ilusões vencidas. as much as i definitely enjoy solitude i wouldn´t mind, perhaps, spending little time with you, sometimes, sometimes…
possibly maybe….possibly maybe….probably love…
possibly maybe…possibly maybe…probably love

possibly…Lembro-me de espalhar pela atmosfera o líquido recalcado, os corpos clamavam-no perenes e eu sempre caía em vão. Ela espelhava-se. Ele fechava-se lá dentro. A outra saía atordoada. No chão sentava-me à espera que passasse. uncertainty excites me, baby. Também na cadeira naquela varanda quente a cheirar a Julho. O açúcar vertido denunciava o êxtase. who knows what's going to happen? As luzes encadeavam o corropio manchado. lottery or car crash or join a cult? possibly maybe. Quando me sinto extremamente veiculada naquele patamar. probably maybe. Quando crio raízes inquebráveis. possibly maybe. Observo as larvas do pensamento libertarem o pó que encerram os seus demónios. probably love…Invisto num espaço oculto à partida. possibly…árido. Livre.
Melancolia interceptada na fugaz conquista de uma ideia condenada. Prosseguir sim. my petit vulcan, you're eruptions and disasters, i keep calm…admiring your lava…i keep calm...Penso que ninguém se apercebe disto. Há qualquer coisa de extra-sensorial naquele pozinho amarelo que ela lambe. possibly maybe. Fogem uns dos outros. possibly maybe. Passam horas e horas, atrás de um derradeiro acreditar. Probably love. Porque tudo passa depois e eu sorrio para ti. Possibly maybe uma das melhores músicas que já ouvi. possibly maybe. Ténue subdivisão do não conformismo a uma etapa desafiante. probably love. Que o seja.

Electric shocks

Um orgasmo musical muito bem conseguido. i love them! Sussurar ao ouvido um “chega, estou farta!”, with you dozen a day. Falta paciência, por vezes falta autenticidade. but after a while i wonder. subir como descer efectua-se a qualquer momento naquelas escadas de obrigação dualista. where’s that love you promise to me? Aconchegar os lençóis. Contar 14 horas. Levantar. Não compreender a falta de entendimento do exterior à palavra silêncio. how can you offer me love like that? Sou eu. Tenho de ser eu. Porque se faz sempre tudo à minha custa. Sou eu sozinha. Mais uma vez, por todas as correntes vezes. Por ele, por aquele, por mim. Por críticas destrutivas no silêncio agastado de uma ironia irreprodutível e desnecessária. my heart's burned. E daí? Consegue alguém apontar a única arma a esse patamar? i'm exhausted. O da concretização. leave me alone.
Sentido de humor inigualável. Realmente não há melhor. Deixar cair essas caixas de acrílico gasto no teu colo, recolher as pontas revirando o gosto sensaboroso na tua mão. since we broke up Eu. I'm using lipstick again. Irei lá. I'll suck my tongue. Avaliar de pensamentos. De esforços gritantes. in remembrance of you...



Possibly Maybe a segunda melhor música de Bjork, depois da incontornável, “Pagan Poetry”.

dezembro 02, 2006

my hidden place

Farta de insanidades de pessoas que ousam expor situações ridículas, vidas pessoais que em nada me podem transmitir de fiel e intransmissível, que consigam suplantar o desequilíbrio emocional que envergo em postes de loucura electrizante.
Pessoas, pessoas, pessoas, cheiros, pulsões, sentimentos, divisórias, quartos.

[Frosti]

Inimizades, vidas passadas, relegadas, cruzadas num vão promíscuo, a minha fome, a tua sede, a tua necessidade, a minha vontade. Às escuras num percurso insano. Eu procuro desequilibrio emocional. Eu quero-o. Eu verto sangue por ele. Eu preciso. Só sei viver nesse estado de letargia incongruente. Eu sobrevivo sem ele. Eu só sei viver aqui. Não me tirem daqui. Não me deixam estabilizar.I can't say no to you. I can't say no to you.
Say nothing

Free falling
Complete

Deito sobre os lençois os restícios de papel queimado, odor a passado derramado sobre uma eterna procura de fel. Contornos premeditados de lembranças etereas, doce sucumbir a uma tentação oculta, premissa no acreditar. Na transformação de um epílogo fantasiado, na concretização do desejo falhado sobre a amalgama afundada no meu inconsciente. Em mim, no querer de parte de mim, nessa divisão irónica, no sorriso sarcástico, no colar de conversas ultrapassadas, no olhar pela porta da transgressão.
No continuar, na ilusão de flashes debeis, puro aprumo numa categoria eclesiástica de luxuria. Do corpo, da saliva, do sabor. De ver algo que julgava inexistente.De olhar para ti entre aqueles aparelhos perniciosos que me permitem agora a escrita e sentir vontade de saltar para o precipicio da vontade, da força enebriante que me percorre o profano poço carnal. Culpa? Tenho eu a culpa? Culpados? Quem somos nós? Fugimos e escondemo-nos atras do armario à espera que escorram sobre nos o alcool que almejamos em inglorio gosto. No sacrificio de enganarmos a propria redundancia em eternas trilhas de insensatez proibida. I'm sorry you saw that.
I'm sorry he did it.

A ilógica. O non sense. O prosseguir. O irrefutavel. É olhar pa ele e não perceber. É sentir uma fonte obscura, a perene necessidade de cair, sim desleixar, perder os sentidos perante ti e nesse chão rastejar em fé na destruição desse prédio convicto de instabilidade. Saborear estes pedaços de um concentrado que me devolve a raiva desestruturada da minha possessão. Eu não quero saber de nada, poupem-me essas indiossicrasias, prefiro-me afastar no canto mais longínquo e apenas absorver o que é. Gosto muito dela, insisto cada vez em me prender a ela. Realidade. E tu?

Don't say no to me
You can't say no to me
I won't see you
Denied

Gritos perdidos na madrugada, eu que perdi a noção, caí e falar em pormenores recalcados da minha exaustiva mente perturbada. Sim eu perturbada, não tenho medo que me igualem à força de expressão agastada. Estarei displicente neste devaneio?

There's too much
Clinging
To peak
There's too much
Pressure

Cadeiras, mesas, garrafas, pratos vazios, liquidos deslizando por entre corredores uniformes, confissões ensaguentadas por lagrimas que recobriam a solida ideia de uma adolescência feliz. O sentir que se vive tudo muitas vezes de uma vez só, mas que precisamos destes momentos para conseguirmos sair ilesos do redundante círculo que se forma à nossa volta.
Porque eu sei para o que eu nasci. Porque me alimento da noite, da podridão humana, dos vidros que partia na cama dele, ele que sempre me punha fora dela a pedir clemência por mais uma ressaca. Porque sujo o vasto tecto de rectidão putrefacta, e clamo pela libertação sem barreiras, sem etica nem pudor, sem limites à totalidade do absoluto projecto de vida.

À emoção

He's
The beautifullest
Fragilest
Still strong
Dark and divine
And the littleness of his movements
Hides himself
He invents a charm
That makes him invisible
Hides in the air
Can I hide there too?
Hide in the air of him
Seek solace
Sanctuary


Bjork
1.An echo a stain
2.Hidden Place
3.It's not up to you

novembro 18, 2006

where is my mind?

with your feet in the air , and your head on the ground

Saltar, saltar vorazmente sobre o peso da responsabilidades que se deixam descair num encontro perene de regressão estatística, infinita procura de um equilíbrio capaz de contrabalançar o suportável, o necessário e o inimitável.

Perante palavras curtas de exemplificar e dificeis de persuadir...!

Try this trick and spin it! Yeahhhhhhhhhh!

Distender os musculos enquanto olho para ti com esse iogurte sensaboroso na mão, e vertê-lo sobre o teu corpo simultaneamente que rio histericamente como se não houvesse amanha. Haverá? E depois? Saberia vestir o mesmo vestido florido e andar km à beira-mar esquecendo o indispensável que ficou fechado a sete chaves no contentor da loucura?

your head will collaps...but there's nothing in it...

and you’ll ask yourself?!!

Podia. Podia perguntar mas para quê? Se tudo se dissolve momentaneamente numa evasão de ideias sonhadoras e realistas de uma base fiel e universal. Porque na transformação do indissociável existe uma voz lá no fundo que clama:

All is full of love

Eu nao acredito! Eu sou uma céptica feliz =) Eu gosto de andar à chuva quando vou para casa, de pisar poças e manda-las para um certo local, de comer gelado de natas, de deixar as lágrimas escorrerem por mim abaixo sem que me impeça de saborear o vento que arrasa a enviesada premonição de desespero alheio, de me tentar evadir sem sucesso quando sou interpolada por vultos desconhecidos, por rir ironicamente e sorrateiramente apoiar os meus membros sobre os teus, percorrendo aquela casa cheia de luz, ás escuras.
De tentar contornar o incontornável egoísmo exterior, por inserir-me na sociedade vil e hipócrita, por dividir o espaço com personificações básicas do mais primordial sentido de putrefacção humana, de transformar a trivial baixeza de cada um de nós num poço sem fundo de cores misturadas com sons ecléticos, sonantes e promissores do conflito encerrado no vazio. De saber aceitar a podridão do exterior e mesmo assim manter a fidelidade a um sentido de vida mais exasperante.i was swimmin in the Carribean

animals would hide behind the rocks….De salientar que nada disso importa. Que o mundo como um todo não é apreendido da mesma forma pelas mesmas racionalidades, fugimos um dos outros procurando conhecer o apocalíptico meio de sermos quem somos independentemente do vulgar, repetitivo e narcisista. Except the little fish
but he told me east was west
Porém mesmo assim eu continuo. As barreiras cada vez me parecem ser mais faceis de ultrapassar, cada vez aquele balançar pulula mais, e o branco do horizonte não se confunde mais com o azul da infinita espera. Tryin' to talk.


Porque eu amo sentir que sou assim. Porque eu amo sentir.me correcta. Porque eu continuo a ver as coisas sempre da mesma maneira. Porque a essência acompanha-me leal, porque gosto de gostar das pessoas que gosto porque elas merecem tudo e fazem-me feliz, porque um faz.me feliz quando demonstra que eu sou importante para ele nem que seja na base do insulto, porque o outro coloca a minha mala por cima da dele depois de eu a atirar despassaradamente para um canto no chão, porque uma me faz rir e me manda sms a perguntar como se chama a Latoya, porque a outra me telefona sempre que esta a entrar em colapso, porque aquela perde a noção do tempo a falar comigo no msn 7 horas seguidas antes de ir para o dentista, porque a outra me manda sms de boa sorte para o teste mesmo sendo a “podre” de sempre, porque aquela outra não se esquece de me mandar um “bom dia” em qualquer dia da semana, e porque eu amo, eu amarei.

way out, in the water see it swimmin?



‘Dois balões incadescentemente sobem e descem num patamar vertiginoso de sensações inóspitas onde o sucesso se intercala com a dor, a perda de um qualquer devaneio promíscuo e libertatário de uma insanidade sadia. Sobe ao altar...alcança...excede...rejeita lentamente essas perdas de calor...’


where is my mind?

E alguma vez isso vos importa?


aiiii porque eu AMO Placebo e esta musica originalmente coverizada dos Pixies =P

novembro 02, 2006

o meu lado errado

Uma inexorável viagem até ao infinito sentido inconsciente que me percorre as veias intemporalmente. Um frio ilimitado de abnegação de equilíbrio, vulgo dispensável visão panorâmica de uma realidade deformada por estilhaços recônditos, pedaços quebrados de ideias invariavelmente sucumbidas a um acreditar longínquo. Necessidade primária de libertação, horas passadas, horas sob horas, veiculadas em desertos de ideais esquecidos. Lutas abandonadas ou estagnadas à espera do primeiro impulso que urge em aparecer. Falácias ditas por vultos que deserdam o escorrer de cada dia. Cada dia suportado pelos membros que manifesto em moldes standartizados pelos passeios de uma avenida larga mas desprovida de estabilidade. Sufoco gritante, nuvens cinzentas, fumos a emergir numa nuvem quente, fugaz mas suficiente para queimar, prolongar a existência num compartimento hermeticamente fechado onde se escondem os recalcamentos, as frustrações de uma realidade negada e mandatoriamente renegada para o ficcional impossível. Um pulsar de atitudes retorcidas. Contornos evasivos de palavras lançadas num ambiente de vácuo racional. Conter. O que bate, o que enraivece, o que distorce. O inevitável, o básico, o inexplicável.
Uma passagem, um retroceder temporal demente, recheado de certezas dúbias, vivências dualistas de uma personalidade exasperante no limiar do auto-conhecimento, do prioritário, do inacessível. Um pestanejar não seguro, e um minuto depois tudo muda. O campo visual alberga outro panorama metafísico, disfuncional no termo consequente da questão, um sonho repartido por horas, uma incompreensão nata do exterior, a desilusão com qualquer ser que preenche o enorme poço de repulsa que é o círculo obtuso da humanidade. Os outros, o quarto circundado de espaços inexistentes de simplicidade mas antes confusão, passageira e sinistra. Eu perdida num horizonte planar de insensatez. Uma madrugada-uma passagem-um numero-30-um dia-uma hora-um minuto-um repassar. Passas por cima, passam-te por cima sem quereres...sem dó nem fundo de maneio ultrapassam-te vorazmente. Sentes o apoio e a identificação de alguns, prossegues caminho com ódios profanos de nenhuns, olhas de soslaio para uma vida imensa adiada por um segundo. Por um ano, um mês, um suspiro.
Céu cinzento, vento perene a ameaçar eclodir sobre a minha cabeça, essa que me pesa impreterivelmente e atrozmente me sacode a poeira narcisista que me constrói a identidade sufocada. Latejante, agonia, vontade de fugir do círculo insípido que se formou à minha volta.
Sentir a tua presença junto a mim, o teu cheiro entranhar-se na minha respiração ofegante pelo teu corpo, por cada partícula proibida do teu ser, e isso fomentar a minha raiva contida pelo nunca, palavra demoníaca que assola o desejo sarcástico de emoção e me transporta numa viagem sem rumo para o terreno do quotidiano, insano sim, em que me olhas com esse olhar doce e não compreendes que nem metade da totalidade de um terço do que me completa se reduziu a cinzas. E visto aquela camisa branca, deixo passar a necessidade ofuscante de um local coabitado pela minha loucura, pelo meu exigente devaneio dissipado em fumo maçico, pelo som de uma voz perfeita e melodiosa, pela água deixada em copos meio desprovidos de orgulho próprio, vontade imensa de me evadir, sentar sobre os lençois quentes, amarelos, finos, escorregar na linha recta de benzodiazepinas factuais, e deixar-me ir. Talvez assimilar o momento, o que chega e atordoa por uns breves meses este ceu azul que passa a tornar o instante em que me deito e adormeço num sufoco etediante de ansiedade.
É conseguir comer e rejeitar por sentir esta permanente sensação de medo e falta. Falta de algo que me densagrandece, me atira a meio caminho para o chão, deixando-me bater de frente nele, sozinha. Só. Só estas tu, eu, eles. Fontes, bases descambam dia após dia. Planeias mentalmente o que queres ser. És aquilo que demonstras ser. E nesse momento viras a página a quem não é aquilo que mostra ser. E tu? Prossegues sempre. Sempre, mas cada vez mais sozinha. Descobres que afinal nada é como é. Odeias os impulsos coerentes de quem sempre se guiou por fachadas mansas, és admitida como insana perante uma realidade democraticamente esmagadora. E entao?
Esse caminho fazes-lo sozinha. Esse percurso sempre palmilhado, traça-lo no vínculo sereno da submissão. Da admissão a um vasto conjunto de verdades inconfessadas, no vento que bate no estore, da cor do “adore”, da lembrança de percorrer aquela avenida de maos dadas com elas, do alcool na minha cara, de amparar o meu desespero na atitude de me lançar mais uma vez por mim própria num espaço ambíguo e mantido por cores ecléticas que nos mantêm vivos. De subir a rua sozinha. De chegar e ouvir a voz dele. Rebolar por entre memorias esquecidas de um dia, uma noite que cheirava a halloween, ao meu cheiro que agora se confunde com a minha fome pelo teu corpo, por qualquer solução que matasse o deserto que nunca conhecerá o mar. Por mim.


largaram-me a mil metros do chão...largaram-me porque me agarrei...
numa alucinação de vida que me enchia o coração
e que agora vejo perdida...num cair que já não sei...

largaram-me a mil metros do chão...
reparo o sol que se afasta no ar..rasgo caminho onde o vento dormia
adormeço sentidos no meu furacão enquanto o sol anuncia o dia
sinto o meu corpo, desamparado, deslizar...

perdi-te do lado errado do coração...perdi-te do lado errado do coração
mas és tu o meu chão...

enquanto caía a terra rachou
e eu via a queda ainda mais funda...
ao meu lado passava tudo o que passei...
comigo a miragem que nada mudou
o voo rasante que nem começou
o tempo apressado que nem reparei

sinto os meus gestos flutuar devagar
no último segredo antes do ódio

à minha frente um filme de aves sem voz...

quando as ouvi resolvi gostar...!!

quando as senti fiquei a amar =)

ter tentado subir ao cimo de nós


amei-te do lado errado do coração
mas és tu o meu chão...

não sei ao que chamam lados do coração
mas és tu o meu chão...
és tu o meu chão...


sabe tão bem conferir a existência de musicas como esta =)
sabe tao bem ouvir algo mesmo BOM...!

Toranja/ Lados Errados

outubro 22, 2006

this time i’m gonna keep it all from myself

A página em branco à minha espera, à espera do momento certo para derramar todo o emaranhado que se abateu. O vazio, o sem-começo, principio e fim de um conjunto linear de semanas passadas, vividas e adormecidas. O inicio do fim.
Porque o mesmo pânico que se instalou sobre este instante de procura das palavras certas quase se compara ao medo raivoso de mais uma noite relegada para uma segunda oportunidade disseminada. Porque mal parei para me observar, observar o que fazia parte de mim, o que construía a minha identidade como ser psicossocial em interacções psicossomáticas, em pedaços empacotados de forma disforme regulados por cancelas irregulares.
O medo, o pavor, a fobia, o transtorno, ninguém o suporta por nós. Os momentos, esses, são apenas enveregados por poeiras indistintamente humanas que nos percorrem as veias e nos fazem pulsar de dor, sufoco, agonia e terror. Porque custa olhar para o lado e perceber o que vai na interiorização existencialista de cada um e nós, nós perdidos neste emaranhado de papeis ascendidos a rigidos no poço infundado de criterios justos denominado sociedade. Porque crescemos e prosseguimos um caminho regido ditatorialmente pelo exterior.
Eu. A mim calhou, a mim sobrou. A mim foi, a mim será. Existe alguém que possa perceber o que é o confronto entre o ser e o não ser, o real e a fantasia, o embate de uma realidade completamente estranha a um mundo alheio a tal dinâmica no mesmo patamar de igualdade, mas que não a ofende, renega ou superioriza?
O confronto. Parte 1. Foi a parte mais dificil. It was the hardest part. Quem está preparado para tal? Quem sofre realmente com a subjugação da frustração do outro, esquecendo a vista à sua reivindicação de paz? Quem no meu lugar surportaria a semana que eu suportei da maneira que eu mantive os meus limites?
Parte 2. O depois. Conseguem perceber o que é deitar numa cama abafando os demonios criados à volta de uma palavra hedionda que agora batia exasperadamente sobre a minha cabeça, os meus instintos, as minhas pulsões? O nojo vertido em sonhos aleatoriamente espalhados em horas penosamente sofridas, a ideia constante de ter que aceitar o inaceitável, a repulsa pela propria identidade, essa construída por mim, sustentada por mim e por mim direccionada para um fim desconhecido? A duvida. O chegar a duvidar de mim mesma. O não se encontrar perante uma rejeição anormal dentro de um contexto banal. O dia a dia. A pena entorpecida na minha mente, na minha sensatez, no relegar para um posterior ultimo plano a minha sanidade mental. Chegar a casa, cada 21h da noite e pensar no tudo que ainda me poderia completar, no trabalho que realçava o obrigatorio mas que não deixava de me evadir num processo de recalcamento atroz, das horas continuas que passava ao seu lado, da absorção do seu cheiro em mim, do aroma inalcançavel para a concretização perfeita do meu ideal, em que nada nem ninguem o poderia parar, a dor que inesperadamente surgia uma semana e meia antes no fundo da minha barriga e o sangue escorrendo com um vale num dia que em tudo se assemelharia a um dia normal. A chuva e o vento imponentes no seu todo, circundavam o quotidiano lançando as chamas infernais do inverno, o ter que ser para poder continuar a ver, a ignorância dos demais perante uma situação que eu propria duvidaria se iriam aguentar, o constatar que a minha diferença apenas me concedia espaço para a compreensão do impossível, do geral e do particular. O sexo. O sexual. A fisica. A falta de engenho. O enquadrar no sentido promiscuo da luxuria proibida i’m falling for you, suddenly i realised that something is goin on O olhar-te de cima a baixo e por ti proprio suplantares essa fome inospita. A latejante sensação de desejo reprimido. O teu e o meu. Porquê mais o teu? E porquê? Havia necessidade de tanto egoísmo? He makes me want to hand myself over Compreensão. Não compreendeu nem nunca irá compreender. Mecanismos de auto-defesa em off generalizado com uma perda de carga constante. E depois disso? Continuar com a cabeça erguida, caminhar os mesmos passos percorridos dias antes, procurar pisar por cima de todos os comentarios desnecessários fabricados sem o unico intuito de libertação, escape, evasão E o meu escape? i toke your pain
Primeiro impacto. Parte 3. Uma maneira de ver as coisas 100 vezes mais inteligente que uma pessoa normal mas que não me poupou do sabor amargo de todas as manhas que acordava sempre com a mesma premissa. Porque as vezes so queria encostar a cabeça em alguem e sentir que essa pessoa estava do meu lado, que somente dissesse que sim, que estava comigo independentemente de alcançar o fundo da questão. Que apenas me soubesse ouvir sem julgar e fosse comigo ao fundo e regressasse. Que ao vir ao de cima apenas me observasse a ultrapassar tudo como eu sozinha ultrapasso todos os dias. this time i’m gonna keep it all from myself

outubro 06, 2006

it will be the hardest part

Vamos fazer qualquer coisa aqui que invista o espaço surreal perfeitamente sentido numa apoteose de sentimentos dilacerados, deixados no vazio oculto de imperfeições quotidianas.

[protége-moi de me désirs]

De momento deixei tudo pa trás, instalei um caleidoscópio de sensações ambíguas perdidas num rio de certezas estabelecidas segundo aquele sentido da verdade, da pureza, da honestidade.
Do vão, do véu, do juízo, do crer , do ser, do pedir. Do levantar da ponta minuscula no acreditar em vales diferenciados ao pormenor. Do enveredar pelo caminho mais circunspecto possível.
Deitar, balançar, adormecer. De repente não foi nada disto que quis para mim. Olhar para o outro lado do vidro e ver árvores a desaparecer ao som de uma melodia intrinsecamente fiel à existência dilacerante do ser. Um “i want more”, “I’m sticking with you”, um rolar desenfreado de ideais.
Saí, percorri, deparei-me. Alto aí, ela agora transborda. Furiosamente, oponentemente. Quem ousa? Nesse momento lancei as chamas da fúria encerrada ha momentos atras. Estava tudo tão perfeito....não me concedam o poder da dúvida. Acabo por ser implacável. E nesse instante vi-me a mim e somente a mim. Regressei e senti o pulsar mais extasiante da dor, aquela sufocada no latejante poço das amarguras vivenciadas e senti-o a escorrer pelas minhas pernas, as batidas ao fundo da barriga, o desespero em perder o controle num circuito fechado.
Cheguei.

E para quê? No fundo observamos a condescendência de atracções, paixões, empatias sentidas pelo exterior, vertiginosamente aceitamo-las e prosseguimos. Confusão, choque, ambiguidade ao extremo.
Pânico, não saber reagir. E de repente ver tudo claro como água. Medo do que se poderá passar. Não nojo, porque nojo remeteria para o inaceitável, eu aceito, eu apenas me interrogo como será. E morro de medo de perguntar. Porque não vou ser capaz de aceitar a resposta. Porque quase a adivinho.

.: and the hardest part was letting go, not taking part:.
..:it was the hardest part:..
..:and the strangest thing was waiting for that bell to ring:…
..:it was the strangest start:..

Passo a passo. Dia a dia. Estar ao teu lado, olhar-te nos teus olhos e tu não compreenderes a tempestade que habita em mim. Essa mesma que agora amenizada não deixa de me atormentar. Sentir que tu não percebes nada e eu não consigo me exprimir. Porque não sei. Porque nesse momento saberia o que dizer mas tu não saberias o que me responder.

Every time i think of you
I feel shot right through with a bolt of blue
It's no problem of mine but it's a problem i find
Living a life that i can't leave behind
There's no sense in telling me
The wisdom of a fool won't set you free
But that's the way that it goes
And it's what nobody knows
While every day my confusion grows

Porque num processo de fusão categórico, derramei uma vasta imensidão de certezas e dúvidas, de entrega total a uma desejo penetrante. E foi tão bom. E é. E foi uma sexta-feira tão perfeita, e tu foste tão perfeito. E gostei e quis e tive. E continuei e exasperei no sentimento mais contraditório do ser. Fomentei um intercalar de visões sinistras do mesmo ser, no antídoto estavelmente construído sobre amarras de papel. De fome e sede abrupta saciadas em pedaços meramente corporeos. Porque vomitei psicologicamente um enterrar de passados esquecidos e ultrapassados, medianamente corrumpidos por qualquer grito mais enraivecido do “interior”. Do receio longínquo do meu ser.

I feel fine and i feel good
I'm feeling like i never should
Whenever i get this way, i just don't know what to say
Why can't we be ourselves like we were yesterday
I'm not sure what this could mean
I don't think you're what you seem
I do admit to myself
That if i hurt someone else
Then i'll never see just what we're meant to be

E da mentira que me invade peremptoriamente. Oculto? Será que escondo? De ti, medes-me nos efeitos todos os dias. Retira dois por semana. Pensa no feriado. Levas o que podes percepcionar e o que não consegues decifrar de mim. Eu seguidamente permaneço incólume ao teu respirar. Sinto-o mas rapidamente dissocio-o de mim. As vezes imagino-o ofegante sobre o meu corpo, fecho os olhos e rejeito o que ouço instantaneamente apenas me deleitando com o que já não sei como conter. and the hardest part was letting go, not taking part. you really broke my heart. E tu vês isso? Não. Forte, fria e indomável, ascendência a Erika aspiro ser. No minimo compreender. Minto-te mas sinto que me mentes ferozmente, num terreno escorregadio de passos atras.
Eu aceito, eu revejo. Eu anoto e assino por baixo a acta criada no horizonte vertical da insanidade. Eu vou até ao fim.

Every time i see you falling
I get down on my knees and pray
I'm waiting for that final moment
You'll say the words that i can't say


é inadmissível tanto tempo sem escrever nada, peço desde já desculpa a todas as pessoas que aqui vem e tal, mas assim de repente o meu dia a dia tornou-se uma correria, mas coisa que amo fazer na vida como sabem é escrever, estes textos chatos e grandes, daí a minha necessidade como escape que prometo que será mais frequente. Tambem farei um post de homenagem a uma pessoa que venero mesmo e que se casou faz mesmo pouco tempo....enfim....até la barata! eu farei! =)

New Order/ Bizarre Love Triangle

Coldplay / The Hardest Part /ouvida incessantemente naquela casa pelo meu carimbo preferido =P

setembro 06, 2006

a falta que me fazes

1. No vão de quem puxa por nós, por ti, por mim. Na intempérie do desejo, do sufoco, da vontade aberta ao destino alheio. Da mesa que permanece vazia de afecto, do soalho a cheirar ao quente aroma de Verão, da cor salgada do mar. A luz que entra ténue pelas frincheiras da janela, iluminando as penumbras dualistas do seu entendimento, abandonado à fugaz conquista do doce périplo oculto na inconsciência sarcástica.

quem te vê partir quem te vê voltar, quem chama por ti antes de chegar
2. Eu, tu, nós no derrame do ser, descendo vertiginosamente pela pausa assolapada do nosso equidistante caminho, esperando uma resposta contra-producente, um medo inesperado do vazio que nos consome e divide numa unica identidade perdida. Caminhas em vagos passos, percorres a insensata trilha que traçaste a custo, escondendo o tudo e o nada, mantendo a perene ideia que isso se poderá indiciar. Crês, escondes, mentes. Confias num vale disperso de matéria vã, eclética decisão num assombroso percurso gasto à partida. Perdes.

quem te conta historias para adormecer
quem te acorda antes do sol nascer

3. Deito-me serenamente sobre a areia molhada, afagando as minusculas partículas finas que me deslizam pela pele molhada e observo os teus movimentos contorcionistas para conteres a promíscua perda de sentido. Olho em redor e não vejo nada. Alcanças peremptoriamente o vácuo de hesitações recolhidas no teu bom-senso e aproximaste lentamente do meu corpo. Deitaste sobre a tua fome e percorres serenamente o meu corpo, pausadamente enches-lo de saciedade, de vontade, de sede morta numa montanha-russa desnivelada pela tua racionalidade, afundas o teu eu no meu, onde o sol bate forte, onde a raiva excede limites, onde as ondas rebentam vagarosamente, onde os meus membros descansam infinitamente. Escolhes.

quem te fala de viagens sempre à aventura, quem te poe em verso como uma pintura

4. Uma cadeira. Uma mesa. Uma janela. Entra por ela, invade o compartimento de luz. Sentas-te, pedes-me para começar mas logo depois foges implorando para parar.
Foges, incendeias, atiras deploravelmente para o chão, ainda aceso.
Gritas, não queres acreditar.
Vives num mundo de estáveis amarras de pedra, construídas sobre a mais sólida origem da verdade, ou da mentira, como te for mais conveniente, asseguras um futuro deserto de afectos conseguidos. Há coisas bem mais faceis de lidar.
Aprendes o registo da sobrevivência e afastaste de mim. Sobes ao andar da protecção divina e ali ficas sentado à espera. Pintas por cima, pintas por cima. Apagas. Riscas por cima, riscas por cima. Segues. Sem te definir mas segues. Tapas por cima, tapas por cima.

quem te vê perder, quem te vê ganhar
quem fica com frio se nao te esperar

5. Eu e ela sentadas diante uma da outra. Loucamente à espera do descer de qualquer insensatez mórbida. O vento. Entra preguiçoso revirando os contornos da minha idealidade. Da nossa. E de ti? Sabes alguma coisa de ti? E dela? Ela espera por mim, não se recobre com medo do nada. Inesperado seja quem for, que atire a primeira pedra. No contexto descrente do ser, evidencia-te. Sobe. La em cima. Eu estarei aqui para te ver. Talvez para te segurar. É isso que queres? Escorregar sobre essa loucura sem pedires permissão? E o sopro da aragem que bate no estore? Insistentemente me transpõe para um cerco de inquietações austeras, aquelas que me catapultam para aquele patamar de certezas absolutas, da realização adiada para a eterna busca do sonho esquecido. Quem?

sou eu

6. Acreditas? Espero que sim. Peço que sim. Anseio pelo leve conflito de valores sóbrios.
Derreteu. Gelou. Nas minhas mãos. A dúvida. A indecisão injusta. A cor. O sabor. A pura sensação de desejo pensado e repensando. A desenvoltura. A quebra de laços sufocantes de um passado inexistente. O não saber lidar. Não saber reagir. A luta constante dentro do meu proprio limite para o evidente. Porquê? Vergonha encerrada num poço sem fim. Ultrapassar. Ajuda. Amizade. Ei-la aqui ressuscitada das cinzas.
Enquanto isso, ainda resta tempo para premeditar o que optar para ornamentar a mesa posta para a concretização falhada. Obscura premissa enterrada nesse territorio amaldiçoado. A da não-aceitação. E depois?

a falta que me fazes



Optimas ferias, mas curtas =) Espero que as vossas tenham sido as melhores possiveis e bem-vindos a mais um ano de trabalho =P


@Susana Félix / Sou Eu

agosto 03, 2006

more than this

Gosto de pender a cabeça pa trás quando inicio um raciocinio. Espreguiçar ao máximo a minha capacidade de organizar o vai e vem de pensamentos soltos que constantemente se desprendem da minha mente atabalhoada. Gosto de parar por segundos no meio da confusão vivencial, do desconforto casual, da timidez assolapada, do obrigatório, do impertinente, do necessário. Do imediato. Logo e já.

Já morri a morte certa
Já senti a fome apertada
Já bati à porta incerta
Viajei de caixa aberta...e vou
Pecado, fundido, queimado..

Deixei-me seguir por uma linha não muito recta, algo que me guiasse no objectivo de alcançar o pretendido, mas o que é pretendido? Não pensei, não premeditei, simplesmente fui. Sol, calor, vento, noite, arrepio, 30 graus, 33 graus, 24 graus, roupa branca, azul, laranja, força, obstinação, sorte. O que foi de valor? Sim, estou arrependida de não ter lutado nada por mim durante mais ou menos 6 meses mas e agora? Fica a miuda mimada, que tem tudo o que quer porque o paizinho concede sem antes derramar sobre a sua figura a maior das frustrações. Condenou-me pelos seus proprios actos. E depois? Adianta o ‘tenho razão’? Não...e no fundo o que se retira daqui? Uma sensação de felicidade imensa, incomparavel a qualquer momento. Verão. Verão, Verão.

Todos me tratam por você menos tu nem sei porquê...
Fico parado e o mundo vê...
Só eu sei quanto paguei...e subi e nem pensei....
Nem pensar onde cheguei...


Dividida? Estarei eu a querer escorregar onde não posso sequer pensar em descer?
Por momentos fiquei atonita com toda a situação. Por singelos segundos acreditei que ninguém...confiança? Onde se encaixa a amizade e o respeito? Eu fui, eu sou, eu sempre serei. Orgulho de uma personalidade limpa, as coisas são ou não são.

‘Há uma coisa que eu me apercebo de falar contigo...tu és uma pessoa muito honesta...aparte da primeira impressão de ti...senti.te logo muito descontrolada so pelo olhar..mal olhei para ti...mas acima de tudo es muito honesta para contigo e para com os outros’

Stop. Parei. Rewind. Não te apercebeste. Sequer.
‘’Es feliz?’
‘ Não’

Já desci lá em baixo ao fundo
Já falei com outro mundo...e então ?
Já passei o limbo-limbo
Já subi ao purgatório...e vou
Zangado, bem vindo ao passado
Pecado, arrependido e queimado

Falta a subdivisão da minha bipolaridade. Qual? A orgânica.
No corredor hormonal que se espelhava no meu corpo, contive-me. Maldita conversa. Sempre a mesma.
Porque arrumei tudo tal como ela, porque comprei e estipulei o que usaria, porque sai e viajei. E foi tão....
Porque o tempo passou, porque escondi as lagrimas que me escorriam pela cara abaixo quando aquele me confrontou com o presente, porque senti-me claustrofobica. Ele não descia, a fome invadia-me, o medo resplandecia. Deitei-me. Ouvi antes de adormecer. Silenciei. Acordei. Aquela casa provoca-me enchentes de pânico. Cheio. Cheio demais. A transbordar. Levantei.me entorpecida no meu sufoco, água bebi, não escorria, so queria sair dali e descer e subir todas aquelas ruas íngremes de uma cidade desconhecida. Queria perder-me até me encontrar dentro da minha falta de ar. Não respirava. Tudo eclodia ca dentro. Peguei em 3 deles e engoli-os. Deitei.me novamente.

People i know, places i go, make me feel tongue-tied...
I can see how people look down, they're on the inside...
Here's where the story ends...

People i see, weary of me showing my good side...
I can see how people look down, i'm on the outside...
Here's where the story ends
here's where the story end...

E de repente dei-me conta que era capaz. De repente senti-me realmente a ceder ao campo do eufemismo mais indissociável do ser. Quis-te. Reflecti em ti o apoio que precisava. Ajudaste-me. E eu sinto.me tão bem mas tão bem....
Fiz o reconhecimento de um terreno condenado à partida. Soube-me bem.
A doce sensação de tudo. A ténue ambivalência de me opor a mim mesma. Sim a fobia do vazio. Desculpa. E agora?

I could feel at the time
There was no way of knowing
Fallen leaves in the night
Who can say where they're blowing
As free as the wind
And hopefully learning
Why the sea on the tide
Has no way of turning

More than this...you know there's nothing
More than this...tell me one thing
More than this...there is nothing...

Não é uma questão de acreditar, não se trata de confiar.
A fobia castradora do medo inequivocamente me assola continuamente. E penso...repenso...
Estradas e mais estradas, continuas e descontínuas no seu caminho primordial, fabricas, industrias, lembranças não muito felizes, sossego, culpa. As biubas. Eu adoro o teu sorriso. Quando te irritas e eu implico com esse estado de graça. No fim sempre sorris. Porque eu não sei e tu também não sabes mas eu gosto e vou continuar.

It's that little souvenir of a terrible year which makes my eyes feel sore
and who ever would've thought the books that you brought were all i loved you for...
Oh the devil in me said 'go down to the shed'..
I know where i belong..

Porque no fim tudo é o mesmo.
Porque amei cada minuto desta semana
Porque vou amar os da proxima
Porque sei que nada volta a ser como era antes
Porque no absoluto eu sinto-me completa.
Porque sei que vivo rodeada de quem mais me merece
Porque continuo a sentir a falta dos meus amigos em qualquer lugar
Porque sei que posso contar com mais do que 10 amigos verdadeiros
Porque no fundo sempre me senti feliz na busca incessante do meu desejo
Porque a claustrofobia me estilhaça em mil pedaços insanos
Porque no fundo sei quem sou e o que sou capaz
Porque tudo é simples e natural
Porque eu esperava algum respeito da tua parte
Porque eu não te pressionei
Porque eu...

Porque não tens de saber nada


but the only thing i ever really want to say
was wrong
was wrong
was wrong


It's that little souvenir of a colorful year which makes me smile inside...
so i cynically
cynically say

the world is that way
surprise
surprise
surprise
surprise
surprise

Here's where the story ends...

Uma historia que acaba por nunca acabar. Porque eu ainda me lembro de ter saltado incessantemente com a furia do viver na cama dela ao som disto e daquilo.
Porque sao muitos ‘Tu’ distintos....porque fui invadida por muitos seres, feitios, e personalidades nas ultimas duas semanas, porque me apeteceu chegar aqui e escrever.

Peço desculpa pela tardia actualização do blog mas não me foi de todo possível antes.
Com isto aproveito para colocar uma pausa no blog durante este mes de Agosto, dado que como eu vou de ferias o blog tambem vai.
Boas Ferias =)

*GNR / Bem-vindo ao passado
*GNR / Verbo Amar
*The Sundays / Here’s where the story ends
*10.000 Maniacs / More than this


here's where the story ends...

julho 12, 2006

this is dedicated...

O silêncio move-se entre as crateras inconscientes da mente aberta. O som, o pulsar antagónico, o vento que trespassa os interstícios intemporais, a viagem sem volta.
Que nada se assemelha ao que esperamos da vida, ao que esperamos de nós próprios.

Será que é fácil? Será plausível? Dor de cabeça latejante. Agonia. Sufoco. Só mais um dia, só mais uma noite. Só desta vez deixa-me cometer os mesmos erros. Agora, neste preciso instante concede-me a possibilidade de errar. Outra vez.
O calor. Lá fora. Amo. 30 graus. Talvez mais. Talvez quando eu criticava os temporais e as temperaturas baixas. Agora elas elevam-se fora e dentro de mim. Esperança. Esforço. Algum? Musica. Ligar as colunas e deixá-la rodar até ao fim em médio volume. Ausentar-me do meu proprio som. Agudo, ensurdecedor. Não aguento. Toleras-me mais uma vez? Pergunta retórica. Retundante confirmação. Vale a pena? Insisto. Sei que tenho razão. Prossigo. Condescendo mas não acredito. Circundo este compartimento. Ele enche-se de cor e dramatismo. Pequenos instantes de escape irracional. Ato a independência à auto.estima por uma corrente esfarrapada, quase nula. Acima de tudo, não confio. Espero. Voltas? Lembraste-te? Claro que não. Eu naufraguei no teu pensamento e tu nem te apercebes. Continuo a inspirar-te à distância. Ainda te lembras do meu riso? Ainda sabes quem eu sou? Desci para o 999º lugar no ranking das prioridades. Quem? Sim gostei. Senti-a, a ela, e a ele. A eles. A todos aqueles que me sustentam na sua memoria. Agradeço tudo, o olhar, o exagero, a critica, o elogio, a lembrança. A mensagem. O acordar. Massacrante renascer. Ver-me ao espelho. Eu. Cortar, pegar em tudo, baralhar. Sair. Chegar. Entrar. Repulsa. Ninguém entende. Nunca ninguem vai entender. Para quê a compreensão do ‘exterior’ se ele em nada me poderá ajudar? Apenas e somente eu posso erguer do fundo do poço, do cinzeiro apagado de pormenores, meros restícios de um nada perdido num todo.
Analiso quem passa por entre as portas entreabertas da ilusão, transformando este dispar ‘mundo’ em algo mais. Simbologia? Observação. Observam-me. Sinto-me tonta. Penso, apelo ao raciocinio. Nada me ocorre. Fundo. Processo indissociavel da mente dispersa. Enraiveço. A mesa torta, as folhas riscadas. A simpatia alheia. A nova oportunidade envenenada. Contenho o tumulto que agora se concentra na escuridão lateral. Aquela que sempre me espera. Calma. Terreno dividido entre o bom-senso e racionalidade. Refugio-me. Só desta vez. E custa. Custou aguentar todos aqueles minutos. Libertou-me aquela saída assolapada. Foi fácil. Será sempre assim. Porquê as duvidas? Esclareci-as no vão do meu pragmatismo. é como se tudo fosse assim tão simples...Pergunto-me e porquê? Projecto, ‘e cmo será?’ Desespero. Nada disto. Absolutamente nada. Inteiramente nada. Sede, muita sede. Cores, amarelo. Riscas horizontais, verticais. Calor. Deitar-me. Para quê? E agora? Como vai ser? Vou conseguir? Não tolero. Enjoo. Como recalcar? Capaz? Eu? E tu? Onde estaras tu? Não me vai interessar. Mais. Pertences a um novo mundo. Fugir. Eis a palavra chave.


Onde, como e quando? Desistir? Será esse o termo? Para ela tornou-se mais dificil. Para ele não. Morrer é fácil. Desistir não. Lutar pelo que se é. Pelo que se quer. Lutas? Não sei. Eu não luto. Sei o que quero? Para quê saber? Chegarás a algum lugar assim?

‘tudo é igual em qualquer lugar, não adianta fugires Morvern. Pára de sonhar’

Sonhar....deixar-me levar. Até onde? Até a colina da letargia psicologica em crescimento logarítmico? Olhar em redor e não atingir. Paredes a escorregar no horizonte, obstáculos criados no inferno do consciente. Novamente desistir? Ser quem agora? Continuar a sofrer anos por anos em prol de quê? Afinal o que é isto? Viver ou sobreviver?


While i'm far away from you, my baby
I know it's hard for you, my baby
Because it's hard for me, my baby
And the darkest hour is just before dawn…

Each night before you go to bed, my baby
Whisper a little prayer for me my baby
And tell all the stars above
This is dedicated to the one I love

Life can never be exactly like we want it to be….
I could be satisfied knowing you love me…
There's one thing i want you to do specially for me
And it's something that everybody needs….

While i'm far away from you, my baby
Whisper a little prayer for me, my baby
Because it's hard for me, my baby
And the darkest hour is just before dawn..

If there's one thing i want you to do specially for me
Then it's something that everybody needs...

Each night before you go to bed, my baby
Whisper a little prayer for me, my baby
And tell all the stars above
This is dedicated to the one i love
This is dedicated (to the one i love)
This is dedicated to the one i love
This is dedicated (to the one i love)
This is dedicated...

Simplesmente quando não ‘estamos’ aqui mais vale nem tentar. Somente procurar, correr, viajar, fugir.....

OST@ Morvern Callar

julho 04, 2006

i can’t carry on

‘ 0h26 marcava o relógio do veículo. Olhara fortuitamente para fora e confirmara.
Subitamente todo o meu corpo estremeceu. Eles riam animadamente mas eu entretanto começara a perder-me no meu abismo existencial. O cinto apertava-me, o casaco sufocava-me, o peito explodia. Voltas e voltas. Rotundas e rotundas. Risos e felicidades partilhadas. Eu rira forçosamente. Mesmo ao teu lado entrava num processo de demência espiritual. Cada minuto pesava-me atrozmente, senti a pulsação a acelerar e a temperatura a subir. Não conseguia respirar. As curvas continuavam. Chegamos. Deixámos e partimos. Abri o vidro o mais possível e tentei respirar. Não conseguia expirar. Arvores perdidas na escuridão da noite, atalhos silenciados por placas informativas e sobretudo o silêncio de cortar a respiração. Não conseguira proferir qualquer palavra. Eles retribuiram-me o momento e eu agradeci de cada entranha incendiada do meu ser. Minuto a minuto, acumulavam-se todas as frustrações, todos os devaneios, a vontade de ceder e deixar-me cair rua abaixo, sentia-as demasiado tensas, como que a explodir por entre as meias e os tenis exagerados.
O vento entrara calmamente e tentava-me acalmar em vão [caught a look in your eyes, did they linger too long?] Cheguei e não tinha palavras para dizer. Obrigada, desculpem, pessoas com uma educação extrema que não poderiam ter vindo de outro sitio. Entrei, fechei a porta e atirei a mala para cima da cama. A luz da lua iluminava tenuemente o quarto. Desenhavam-se sombras da minha desarrumação nata que agora me causava claustrofobia. Corri para o parapeito, inclinei-me, queria fugir de toda aquela confusão, não aguentara sequer olhar para pedaços dele, ele que me fazia tanta falta naquele momento [we're you just being kind, or have i read it all wrong, when i brushed by your side]. Sentei-me, bebi o copo de água, olhei desesperadamente, media-a. Era inevitável, teria que me deixar levar. Mesmo assim ainda tentei resistir, só que as forças falhavam-me. Todo aquele momento estava pautado à minha condenação infame. 39.5 marcava. Fui a cozinha, tomei o comprimido. Acendi a luz e observei. Acabei por desviar apenas algumas peças de roupa misturadas com livros, malas e maquinas de calcular e sentei-me novamente. A febre subia exponencialmente no pensamento de cada minuto daquela dia. O calor invadia-me agonizante enquanto me sentia cada vez mais fria e vestia roupas em cima de roupas. Rolei no chão tal como me apetecera horas antes naquele circuito de alienação asquerosa. Ela doía-me cada vez mais, era impossível aguentá-la sequer, pesava-me como se so ela existisse no meu corpo, não conseguia ja sequer fazer uso dela- pensar.
Então deixei-me ir e expeli tudo aquilo que me consumia. Senti o sangue a escorrer pelas minhas pernas, o segundo dia de um período inglório, os enjoos apertavam-se contra o meu peito, apelei aos meus impulsos e vomitei. Tudo que não me permitisse inspirar, saira agora [i must gain control, i must take care]. Só que permaneciam os resticios da minha insensatez. Porque agora, naquele dia eu deixara-me atingir? Porque naquelas horas eu perdia o controle sobre algo que sempre me pertenceu? Porque eu estranhava o meu redor? Cada vez mais escorregava, impelida para um vácuo de afectos inexistentes. Não conseguira compreender que tudo não passava de um encontro, de uma noite. Mantinha o desespero que me suplantava para a dimensão da solidão e não conseguira acreditar. Simplesmente as peças não encaixavam como num puzzle.
Pemaneci serena, conseguindo ouvir o aumentar de cada ritmo cardíaco, o elevar de cada décima de grau, conseguia até sentir todo o meu corpo a pulsar. Pensara em ti, invariavelmente vinhas-me a cabeça. [suddenly i realised, there’s something going on]. E pela primeira vez senti repulsa no desejo que emanava de cada partícula minha [i’m falling for you, whatever it is, whatever you do]. Sentia nojo por desejar-te a ti em toda a tua dimensão [can’t allow this to ever]. Não por ti. [become an affair] Por mim. [but the tension is sweet]. Caí subitamente. Procurei afoita. ‘onde ele esta?!?’, já não aguentara o peso do copo e deixei-o estilhaçar-se no chão. Encontrei-o finalmente. 12. faixa 12. [you’re gonna walk alone, you’re gonna wonder who you are], não precisara de mais nada nesse momento. Só dela.

Elas cairam levadas pelas enchentes que se desprendiam dos meus olhos. Olhava aquele quarto, aquele silêncio, escutava-o indignamente, percorrendo momentaneamente o vicio da minha loucura. A balança, o equilibrio. Ali era o tudo ou nada. Era o sono que desaparecia, eram as luzes que se apagavam, a não-entrega, o não-acto, o fugir constantemente, o evitar [all night, i think of nothing else] O pensar. E se? [but if i could sit out this storm, i’d try to forget how i felt] Talvez eu não conseguisse encarar [but as soon as i see your face] Talvez fugisse mais uma vez para o vão solitário das minhas memórias e cedesse ao medo [i’ll just fall] Talvez acontecesse [Fall] E depois? Irias compreender o como e o porquê? [fall for you]
Gritei, destrui, sacrifiquei. No fim dos 6.37 conseguira finalmente inspirar e expirar. Levantara-me, circundei cada patamar fechado, cada subdivisão de mim, cada injustiça que inconscientemente cometia. Mesmo sabendo como tudo iria acabar.
Exorcisei os fantasmas que me possuiam e rendi-me a mais uma etapa [gonna kill this thing forever] Encerrei a frustração em direcção ao nada e adormeci, silenciando os demonios que rodeiam a minha consciente insanidade [i can’t carry on]’



musica escondida [Falling for you] / Skin

junho 30, 2006

post blue

[Sitting target] [Sitting waiting] [Anticipating] [Nothing]
  • Termos a ousadia de nos deixármos levar é curioso e estimulante. Até diria é tudo. Conseguirmos nem que seja por uns meros dias o ‘tudo’ é excitante.
    Eu sempre o quis e tive-o. E continuo com a mesma percepção do que preciso para ser feliz. Porque me deixo abater tantas vezes pela inércia? Orgânica, letárgica, voraz, consumista de pecados alheios, ela possui-me. Eu desta vez fui mais forte mas tive ‘saudades’...só que passaram...não lhe chamaria assim mas mais ‘sintomas de privação’. Privação do nada? Pode suceder...mas ele não me faz falta...faz sim! Faz para conseguir compreender que o tudo existe e é mais poderoso.

[life is full of surprises] [it advertises] [nothing]

  • Levantar apenas no silêncio da noite. Prosseguir até a cozinha sentar-me, beber um copo de água. Tomar aquele comprimido. Olhar-me a espelho e molhar a cara, esfoliando-a em seguida. Sentir o sono a apoderar-se de mim e caminhar para a cama, espreguiçando-me, tomando a sensação do lento movimento das minhas pernas nos lencóis, o dócil tacto daquele lado da cama, aquele cantinho só meu, o aroma a Verão, a roupa leve e à medida do meu corpo.

what am i trying to do

  • O vazio absurdo, o vómito, o enjoo. A agonia. Sentar-me e perguntar-me porque estou assim e não obter resposta. Porque estou assim sempre por qualquer motivo. Questionar: ‘estou bem? mal?’, nenhumas das duas coisas. Ali aquele estado intermédio. Estou de tpm? Estou cansada! E isso rejuvenesce-me. Faz-me dar valor ao dormir horas seguidas e ainda ter tempo de me levantar só para ir ali

what am i trying to say

  • Dar voltas e voltas na cama e não compreender. Um é energia pura, constante alegria, vida, exagero e impulso. Outro ponderado, calmo, racional, receoso, cautelista a 100%. Tão diferentes e tão iguais. Sou o tudo e o nada para ambos. Desconfio que para um mais uma ‘surpresa’ surpreendente e para outro a prioridade que o assusta. E depois? Continua tudo na mesma. Porque eu vou chegar ali e vou constatar que a minha paciência fechou-se num ciclo ideal de Carnot em que produzi o máximo trabalho possível.

i'm not trying to tell you anything

  • Só de pensar....nele que está aí. Depois dele venho eu. E eu com ele. O meu Verão. Mas porque é que a sensação é sempre a mesma? Ouvem-se as mesmas musicas, partilham-se as mesmas confidências, apreendem-se os mesmos resticios. ‘gosto muito mais de ti ora....até porque já te conheço ha mais tempo...oh Andreia n faças essa cara é verdade, tu es tu!!’ Sinto a vossa falta e pesam-me as novidades, não nos termos pessoais mas nos relacionais, afastamentos conduzem sempre a situações desconfortáveis mas também de euforia extrema.

[You didn't know] [When you woke up today]

  • ‘deitar-me sobre o teu peito, deslizar lentamente no teu corpo, entregando-me lentamente ao prototipo do prazer e da imaginação, afinal é hora de jantar e eles esperam-me para lá comer, desligo o telemovel, entretanto ela telefona, ele ri e eu deixo tocar, continuo a percorrer incadescentemente cada momento nosso e sim é isso mesmo, mais e mais e mais.....acordas-me, levanto-me repentinamente, tropeço, não caio, corro para o elevador afoita....’

it's in the water baby, it's in the special way we fuck

  • Porque me sinto extremamente cansada, quanto mais corro mais quero fazer maratonas. Sinto-me muito viva e feliz. Sinto que nasci para ‘correr’ para estar activa em todos os meus dominios porque só assim me consigo desprender. Saber perceber do que preciso e efectuá-lo. Os meus momentos? Esses ficam para quando sobrar tempo.

always know the prospects

  • O ser humano é feito para viver apenas e somente à custa de si proprio e se tiver ‘apoios’ melhor. Sente, emociona-se mas cria muitas vezes uma farsa e acredita nela. E depois faz acreditar os outros. E pior ainda...espezinha quem tiver que pisar porque afinal ‘tudo mudou’. ‘ tudo bem??? =D’

Learn to expect nothing

  • Aiiiiiiii vejam só esta conversa que supus ter um dia com alguém...
    Eu- ‘ quantos filhos queres ter??
    Pessoa-‘ não sei....para aí...2 ou 3..no máximo...’
    Eu-‘ oh pah please...eu quero ter zeroooooooooooooooo, va la!! Zero!! No máximo!! Please!!’
    Tipo tava a tentar dormir, acho que na vespera do exame de QOII sera? Já não sei e tava a rir e a pensar etc e tal e pronto =) legitimidades...

i'd break the back of love for you

  • De ser, de agir, de preponderar. De desiludir, de ser hipocrita, de ser completamente dispensável. De ter direito a viver e a fazer o que quiser porque afinal somos todos humanos =) De ter direito ao silêncio e à procura ofuscante do seu ‘eu’. De criticar e de se sentir magoado. De pedir desculpa e esperar exasperadamente....pelo quê?

[nothing]

[nothing] @Depeche Mode [post blue] @Placebo