outubro 15, 2007

choses secrètes

Coisas secretas escondem-se atrás do varão da nossa intelectualidade, pequenos segredos redimem-se no decorrer de uma descida íngreme pela escada da surrealidade.

Não existe luxuria sem poder nem dinheiro.

Uma coisa implica a outra, não necessariamente uma vinculação antecede-se a outra. Já dizia o grande Marquês de Sade, autor esse que Brisseau se enfastia mas que o inspirou nem que fosse pelo prazer do próprio prazer da descoberta.
Porque descobertas efectuamo-las todos os dias. O que se esconde por detrás, afinal, dos nossos recalcamentos mais íntimos? Porventura nem os queremos analisar, deixamos o inconsciente operar onde ele está, mas se em qualquer momento da vossa vida necessitassemos de deixar escapar uma sexualidade latejante que apenas se apoia na palavra ‘ousa’...deixavamo-nos ir.Às vezes basta ousar para se atingir um patamar meio inacessível a nossa mente contaminada. Por vezes não são suficientes as nossas mais valias racionais que as coisas tem de ser como elas são. Porque sabemos muito bem o caminho e os seus meandros mas acabamos por nos emaranhar numa teia que desde sempre rejeitamos contudo que inevitavelmente sucumbimos. O saber não implica uma acção, mas a partir dele podem se efectivar mesmo muitas situações. O poder de decidir prosseguir por aquele caminho nem sempre se processa com sucesso mas cabe-nos a nós, em cada ponto de retrocesso, criar amarras que nos prendam a nossa realidade, aquela que construímos, sobre a qual adormecemos e acordamos. Porque só depende de nós não chegar ao ponto de aniquilar o exterior sem que isso nos incendeie por dentro.
Porque apesar de tudo o que sabemos nada mudará. Nem lá fora nem cá dentro.