dezembro 30, 2006

i'm not sorry there´s all to save

O semestre inédito que transpareceu segurança e optimismo, estabilidade e esperança. Mesmo quando perdia noites escrevendo, mesmo quando caí abruptamente e me segurava pelos cantos da minha construção. Mesmo quando o equilíbrio cedia em pequenos percalços a minha veia espiritual e fazia-me condescender num tumulto de ideais pré-objectivados. No fundo perdi uma batalha e reconhecia a perda de uma guerra que nunca foi minha. No mistério do seu não, descansava presa na similar premissa. Depois foi o que foi. E foi tarde. Atónitamente observei o soalho e as paredes riscadas de vazio, estremeci sem palavras, saí sem comer, contia, vertia, aglomerava esse impossível. Mas no fim consegui. It’s my song to say goodbye. Mas voltei atrás, e foi difícil mas ele estava lá. E juntos percorremos o caminho que foi traçado para nós.
Nunca senti, nunca excedi, nunca previ. When we both of us knew how the end always is. Poucos mas bons. Restícios mas fortes. E é curioso como me intercepto sempre com a vontade de expor esta situação. Porque acho que qualquer pessoa precisaria de apreender o que vivi e quiçá elevar o seu próprio padrão de plenitude. I’m so hollow, i’m so hollow, i’m so, i’m so, i’m so...hollow.
Because I’m not sorry there's all to save.Repentinamente senti o poder do efectivamente, da noite, e de uma visão salvadora. No fundo do túnel encontrei um farol quebrado mas operatório. Ele quis me ajudar inventando pontes de sustento no irreal, eu quis acreditar. Reciei, mas mantive a serenidade. No café, na esplanada, numa música intemporal. Na voz da Alison Goldfrapp em “Time out from the world” que inundava este quarto de azul claro e cheiro a algodão-doce cor de rosa. Da paz e do sentimento mais puro e sincero que alguma vez já senti. I make a shrine for you. De pegar no Abril para sentir o que sempre evoco que sinto. We change the world, just you and i. De construir noites mas antes de tudo de construir algo que não sabia que destino teria apenas que tinha de existir. On every world you ever said. I’m dreaming of another time. Inusitadamente redescobri a voz e a entoação musical que recobre o psiquismo mais invariável. Without you i’m nothing at all. Levantei-me, sentei-me vezes sem conta no combater do desígnio que tracei. You are always ahead of the game when i drag behind. Eloquente Brian Molko, visceral redescoberta que iluminou o meu inconsciente. Baby did you forget to take your meds? E no limiar dos pássaros e das abelhas entoei um arrebatador declinar do que conseguira até então. Protect me from what i want.Após o descarrilamento não havia mais nada a fazer senão falar. Porém não obtive resposta. Foi duro mas foi estranho. E porquê? Até então nunca precisei de verbalizações somente de vivências. Contudo prossegui. Deixei-me ir. Tive momentos de pura satisfação e instantes que sentia o meu estomâgo efervescer se nele pensasse. Se o visse. Mas continuei numa mentira que podia a qualquer momento passar a realidade. Só que percorria uma trilha enganada, afinal todas vezes que me sentia injusta justificaram-se pela falta de carácter e conteúdo de outros. Neste caso de outro. E foi necessário sim. Porque deste modo a quebra e o vulcão que se abateram sobre a minha pessoa tomavam consciência que afinal tudo que sentira desde a doce primavera, era algo. Algo que posso afirmar orgulhosa que nunca senti. Porque podemos gostar do que alguém nos faz sentir mas também podemos gostar desse mesmo alguém por toda a sua unicidade. E aí estaremos a amar. E confesso. Foi estranho sentir. E é tao dificil ouvir sem sentir. E tão bom conhecer alguéns que realmente merecem o nosso respeito e admiração, a nossa amizade, pessoas que não fazem parte do meu quotidiano fisico mas permanecem no mental. E aqui vou citar nomes. Márcia, Miguel e Estrela. Como podia citar inúmeros outros alguéns que estiveram lá mas que já fazem parte de mim há muito.
E na recta final desse ano, descobri Bjork no seu absoluto, através de ti, mas sabes que apenas por mim. Porque as vezes insistes em ideias tontas. E eu insisto em procurar o caminho que todos nós subentendemos alcançar. E foi através da sua voz como através de tantos copos erguidos pela minha languidez corporal neste compartimento fechado que encontrei caídas as minhas chaves circunspectas. E de outros locais fechados mas submersos na sua jornada perdida. Foi dificil, sim, foi tudo aquilo que pode ser mas também nunca poderia ser de outra forma se não fosse eu. Porque pelo menos sei que quando o sinto, lhe sou fiel. E nada como sermos fieis a nossa intempestuosa essência. I go through all this before you wake up, so i can feel happier to be safe up here with you.Referências:
Em 2006 saiu ‘Meds’ dos Placebo a meu ver um dos melhores albuns deste ano, onde saliento, como 3 melhores musicas do album: Meds (devido a superação da composição e a libertação existencialista), Drag (sem dúvida uma lufada de ar fresco, de levantar a poeira, eclodindo numa fantástica exorcisão), e In the cold light of mourning (a evasão sensorial numa balada só).
Refiro também, "Fake Chemical State" de Skin, com a deliciosamente inebriante "Falling for you", tradução do choque irresistível da atracção apocaliptica, "Nothing but", uma honesta confissão musical e "Purple", eloquente e quente voz numa minimalista expressão verbal.

Bom 2007 a todos =)

dezembro 18, 2006

and isn't it ironic?

‘quem for o último a chegar ali ao fundo é ovo podre!!’

E lá ia eu toda afogueada para não ser a última sendo sempre a mesma...

“Apresento-vos Joana Barata!”
e lá entrou ela com o seu vestido aos folhos, azuis, brancos e rosa, que ela jura a sete pés que não sucedeu tal entrada, na turma B na 3 classe. Mas lá estava eu, aquela pobre alma, como diriam alguns agora, uma deslavada, que seria constantemente espicaçada por esse terramoto em estilo de dureza e inteligência, que me atirava a carteira verde dos Simpsons, ‘what the hell is this??’ pa cima do muro e ia o sapo, feijão e pintor, tirar, que colocava o pé em falso para de propósito a morta viva cair e depois jurava que era mentira, que corria comigo desesperadamente pelos 5º e 6º anos a gozar com os putos, a perguntar se conheciam o Gonçalo Chaveiro ou o Franscisco Cunha. Caso para dizer, é que ninguém se dava ao trabalho de perguntar por tal.
E isto para quê? Porque hoje é um dia especial, porque hoje faz anos a Deusa Fictícia! Porque hoje me apetece falar do quanto as pessoas se podem tornar fundamentais na nossa vida e no quanto eu prezo esta amizade.
Lembro-me de a consolidármos quando aquelas personagens das nossas amigas, que viriam a ser as “do nosso grupo”, criavam um grupo musical e eu era a manager!!! e eu e tu começavamos a gozar com o famoso ‘monstro vermelho’, iamos para o campo de terra fazer palhaçadas e depois eu tirava-te à má fé uma foto, que viria dias depois a ornamentar o meu quarto. Que valeu a minha mãe desconfiar de tal situação!!! Tipo ovos verdes, tás a ver?? LOOOOOOOOL “ai a alérgia, as desgraçeiras!!! Ai vão pa lá pas desgraçeiras!!”...enfim...
E sim ia eu toda contente para o nosso belo colégio uma hora e tal mais cedo do que era necessário, porque as aulas só começavam as 9h15, para a menina barata não ficar sozinha!! Sim que ela madrugava e lá ia eu e depois a Vanessa perguntava-me:”mas que vens fazer tão cedo para aqui?” e eu”para....tar com a barata!!” e pronto iamos po pátio dos do secundário gritar e fazer “palhaçadas” as 8h15 todas contentes....tirando as vezes que iamos jogar futebol, e os treinos para o corta-mato em que corríamos lado a lado o tempo todo mas quando entrávamos na recta final para a meta, aceleravas e deixavas-me SEMPRE PARA TRÁS!!! Burra era eu não?? Já se sabe...de todas as vezes que me gozavas com cenas tipo carteira e os papéis que ainda guardo religiosamente aqui na minha gaveta, estilo:

‘Gostas verdadeiramente do Toni?’ >>> eu

Sim [ x ] Não [ ] >>>> tu

Qe riso o nosso naquelas ruas do Porto...e mais o famoso, que não chegaste a ver:

‘Tou farta de ti!!! Vai para o ca.....” LOOOOOOL

E as vezes fartavas-te sim. Especialmente quando ficavas sem me falar um mês!! Porque eu tinha dito:”barata a venda na feira a 300 escudos!” ou dava o teu número ao bernardo que era louro, alto e tinha olhos azuis. E só queria tomar café contigo na mexicana. Ou então quando tinha a panca de dizer a toda a gente que namoravam contigo ou que ainda iam namorar. Diz lá se isto é de uma pessoa normal...e de contar a todaaaaaaas as santas pessoas esta historia que idolatro e será para sempre A MINHA PREFERIDA!!:

‘ então estamos todas na piscina e vamos todas a baixo a ver quem aguenta mais tempo debaixo de água, eu fico a ver. A barata vem ao de cima, expira e inspira bem e pumba again pra baixo sem antes dizer:”fui eu que ganhei ta??” e depois la vem todas acima e a barata AINDA LA EM BAIXO!! E pronto foi ela quem ganhou.....”>>>só de me lembrar que contei esta história completamente bêbada na fila pas wc's no meu primeiro arraial do IST 2002, que me valeu passar a frente pois haviam umas raparigas simpáticas que adoraram a minha espontaneidade! e a tua cara ao meu lado!! LOLOLOL sorry o resto do arraial que sabes...que exageras sempre tb =X ou nao...LOL

Simmmmm porque nunca conheci ninguém tão directa, prática e concisa, que dissesse o que tinha a dizer sem qualquer problema, indo ao assunto de forma frontal e sem papas na língua. Porque a autenticidade sempre foi rara mas nesta rapariga não encontra forma de se reduzir...genuína é a palavra certa. Por cada lágrima que soltaste naquele barco que nos levava de volta para o Funchal, de cada música que inventámos, de cada sofrimento que ocultaste e enfrentaste sozinha, de cada estupidez que dizias só para me animar, de cada olhar de compreensão, de vez que te rias sonoramente de cenas minhas/tuas/nossas, da nossa intimidade que existe e é indestrutível. De todas as vezes que estiveste do meu lado quando mais precisei, a grande decisão do meu futuro universitário, do apoio, daquela vez que foi só rir nas inscrições no IST que foste comigo e tu “magda q?? Ferreira?? Ai troeira!!”, a tua simples presença. O pêssego que levaste da cesta e foste a comer rua fora, aquele dia que estavas cheia de fome e abriste livremente o frigorífico, os fonemas de horas que a tua mãe se chateava, quando me pediste para dizer ao Bernardo que tinhas caído só para ele te levar à Tercena para não ires de comboio, e agora recentemente o Rogérito!! E os fantásticos itens para a lua de mel que me saiu de certa medida furada mas tu sabes o quanto eu quis que saisse bem..ai LODI LODI!!! Tem aqui uma amiga......enfim.

Apenas para dizer que te adoro para todo o sempre, Muitos Parabéns, serás sempre “aquela” pessoa, quero que sejas muito feliz e como sabes, grata fiquei por te sentir bem na decisão que tomaste e fundamentalmente feliz. Porque para terminar, A BARATA CASOU-SE!!! Ah pois é, uma data memorável, 1 de Outubro, amei cada minuto passado! Apenas lamento quem levei comigo, mas pa não interessa, as pessoas erram não é? Mas já passou! =) amo-te para sempre my best friend!E como não podia deixar de ser, deixo a nossa letra, ainda te lembras certo? =P

An old man turned ninety-eight
He won the lottery and died the next day
It's a black fly in your Chardonnay
It's a death row pardon two minutes too late
And isn't it ironic... don't you think..?

It's like rain on your wedding day
It's a free ride when you've already paid
It's the good advice that you just didn't take
Who would've thought... it figures…

Mr. Play It Safe was afraid to fly
He packed his suitcase and kissed his kids goodbye
He waited his whole damn life to take that flight
And as the plane crashed down he thought
"Well isn't this nice..."
And isn't it ironic... don't you think..?

It's like rain on your wedding day
It's a free ride when you've already paid
It's the good advice that you just didn't take
Who would've thought... it figures

Well life has a funny way of sneaking up on you
When you think everything's okay and everything's going right
And life has a funny way of helping you out when
You think everything's gone wrong and everything blows up
In your face

A traffic jam when you're already late
A no-smoking sign on your cigarette break
It's like ten thousand spoons when all you need is a knife
It's meeting the man of my dreams
And then meeting his beautiful wife
And isn't it ironic...don't you think..?
A little too ironic...and, yeah, I really do think...

It's like rain on your wedding day
It's a free ride when you've already paid
It's the good advice that you just didn't take
Who would've thought... it figures

Life has a funny way of sneaking up on you
Life has a funny, funny way of helping you out
Helping you out...

dezembro 09, 2006

possibly maybe

Chegar aqui e apagar. Sem dó nem piedade. Sentir a voz falhar em pequenos murmuros adiados. your flirt finds me out. teases the crack in me. smittens me in hope.
Fazer um balão de pastilha elástica fluorescente rebentar efusivamente sobre a minha boca. Circundar os compartimentos com bolinhas de sabão. Pintar a parede de azul, entoar a melodia esquecida num devaneio insano entre os presentes. Gritar de raiva contida afastando a poeira sobrecarregada daquela sala, destinando o futuro do outro para bem longe do meu. ‘Possibly Maybe” foi a primeira música negativa que Bjork escreveu. Ela sentiu-se incomodada por ter escrito algo que retira qualquer esperança. Às vezes vem-me à memória como existem seres vivos que não tem conteúdo nenhum. Que só estão cá, neste suposto mundo, para preencher vácuo. Mas que mesmo assim, denominam-se divinais ou máximos ou alguém de muito valor. Seriamente, não falo com despeito nenhum porque esse estado nunca verdadeiramente me afectou, mas sim penso no quanto é custoso reflectir que temos que nos cruzar neste percurso diabólico que é a vida, com pessoas que não servem para nada sem se darem conta disso. Pessoas que estagnaram no seu processo de crescimento perdendo o sentido do ridículo. Todavia lá está...o facto de serem tão inúteis só me fazem lamentar a poluição deste universo e nada mais. E isto não se trata só de tpm.
Descobri que o que mais odeio nesta vida é que me interropam quando estou a ouvir música. Não é quando estou no bus com os meus headphones, nem quando vou a caminho do bus ou do técnico, nem quando estou a ouvir enquanto estudo. É mesmo quando estou a ouvir música. Sentada, de pé, parada, a rodar ou agarrada às paredes. Anyway. Uma bola gigante encarnada. Desce, desce, desce, penosamente deleita-se sobre mim, este corpo adormecido pelas duas da manhã. Metafísicamente os nervos explodem em metáforas análogas, bolhas insistentes de fúria contida, terno olhar para o horizonte, uma expressão serena, a doce noção de perda dos sentidos recônditos, a sintonia recalcada, talvez o ódio. Pergunto-me porque, naquele instante, tudo parece irredutível e inultrapassável. Depois as marés acalmam-me e olhando para trás não encontro nada. possibly maybe. possibly maybe. possibly maybe.
Que quando menos espero as palavras soltam-se em mim e fazem-me viajar enquanto observo a chuva desviar a sua rota e simultaneamente se abate sobre mim um temporal de certezas adiadas, conduzindo-me ao país das ilusões vencidas. as much as i definitely enjoy solitude i wouldn´t mind, perhaps, spending little time with you, sometimes, sometimes…
possibly maybe….possibly maybe….probably love…
possibly maybe…possibly maybe…probably love

possibly…Lembro-me de espalhar pela atmosfera o líquido recalcado, os corpos clamavam-no perenes e eu sempre caía em vão. Ela espelhava-se. Ele fechava-se lá dentro. A outra saía atordoada. No chão sentava-me à espera que passasse. uncertainty excites me, baby. Também na cadeira naquela varanda quente a cheirar a Julho. O açúcar vertido denunciava o êxtase. who knows what's going to happen? As luzes encadeavam o corropio manchado. lottery or car crash or join a cult? possibly maybe. Quando me sinto extremamente veiculada naquele patamar. probably maybe. Quando crio raízes inquebráveis. possibly maybe. Observo as larvas do pensamento libertarem o pó que encerram os seus demónios. probably love…Invisto num espaço oculto à partida. possibly…árido. Livre.
Melancolia interceptada na fugaz conquista de uma ideia condenada. Prosseguir sim. my petit vulcan, you're eruptions and disasters, i keep calm…admiring your lava…i keep calm...Penso que ninguém se apercebe disto. Há qualquer coisa de extra-sensorial naquele pozinho amarelo que ela lambe. possibly maybe. Fogem uns dos outros. possibly maybe. Passam horas e horas, atrás de um derradeiro acreditar. Probably love. Porque tudo passa depois e eu sorrio para ti. Possibly maybe uma das melhores músicas que já ouvi. possibly maybe. Ténue subdivisão do não conformismo a uma etapa desafiante. probably love. Que o seja.

Electric shocks

Um orgasmo musical muito bem conseguido. i love them! Sussurar ao ouvido um “chega, estou farta!”, with you dozen a day. Falta paciência, por vezes falta autenticidade. but after a while i wonder. subir como descer efectua-se a qualquer momento naquelas escadas de obrigação dualista. where’s that love you promise to me? Aconchegar os lençóis. Contar 14 horas. Levantar. Não compreender a falta de entendimento do exterior à palavra silêncio. how can you offer me love like that? Sou eu. Tenho de ser eu. Porque se faz sempre tudo à minha custa. Sou eu sozinha. Mais uma vez, por todas as correntes vezes. Por ele, por aquele, por mim. Por críticas destrutivas no silêncio agastado de uma ironia irreprodutível e desnecessária. my heart's burned. E daí? Consegue alguém apontar a única arma a esse patamar? i'm exhausted. O da concretização. leave me alone.
Sentido de humor inigualável. Realmente não há melhor. Deixar cair essas caixas de acrílico gasto no teu colo, recolher as pontas revirando o gosto sensaboroso na tua mão. since we broke up Eu. I'm using lipstick again. Irei lá. I'll suck my tongue. Avaliar de pensamentos. De esforços gritantes. in remembrance of you...



Possibly Maybe a segunda melhor música de Bjork, depois da incontornável, “Pagan Poetry”.

dezembro 02, 2006

my hidden place

Farta de insanidades de pessoas que ousam expor situações ridículas, vidas pessoais que em nada me podem transmitir de fiel e intransmissível, que consigam suplantar o desequilíbrio emocional que envergo em postes de loucura electrizante.
Pessoas, pessoas, pessoas, cheiros, pulsões, sentimentos, divisórias, quartos.

[Frosti]

Inimizades, vidas passadas, relegadas, cruzadas num vão promíscuo, a minha fome, a tua sede, a tua necessidade, a minha vontade. Às escuras num percurso insano. Eu procuro desequilibrio emocional. Eu quero-o. Eu verto sangue por ele. Eu preciso. Só sei viver nesse estado de letargia incongruente. Eu sobrevivo sem ele. Eu só sei viver aqui. Não me tirem daqui. Não me deixam estabilizar.I can't say no to you. I can't say no to you.
Say nothing

Free falling
Complete

Deito sobre os lençois os restícios de papel queimado, odor a passado derramado sobre uma eterna procura de fel. Contornos premeditados de lembranças etereas, doce sucumbir a uma tentação oculta, premissa no acreditar. Na transformação de um epílogo fantasiado, na concretização do desejo falhado sobre a amalgama afundada no meu inconsciente. Em mim, no querer de parte de mim, nessa divisão irónica, no sorriso sarcástico, no colar de conversas ultrapassadas, no olhar pela porta da transgressão.
No continuar, na ilusão de flashes debeis, puro aprumo numa categoria eclesiástica de luxuria. Do corpo, da saliva, do sabor. De ver algo que julgava inexistente.De olhar para ti entre aqueles aparelhos perniciosos que me permitem agora a escrita e sentir vontade de saltar para o precipicio da vontade, da força enebriante que me percorre o profano poço carnal. Culpa? Tenho eu a culpa? Culpados? Quem somos nós? Fugimos e escondemo-nos atras do armario à espera que escorram sobre nos o alcool que almejamos em inglorio gosto. No sacrificio de enganarmos a propria redundancia em eternas trilhas de insensatez proibida. I'm sorry you saw that.
I'm sorry he did it.

A ilógica. O non sense. O prosseguir. O irrefutavel. É olhar pa ele e não perceber. É sentir uma fonte obscura, a perene necessidade de cair, sim desleixar, perder os sentidos perante ti e nesse chão rastejar em fé na destruição desse prédio convicto de instabilidade. Saborear estes pedaços de um concentrado que me devolve a raiva desestruturada da minha possessão. Eu não quero saber de nada, poupem-me essas indiossicrasias, prefiro-me afastar no canto mais longínquo e apenas absorver o que é. Gosto muito dela, insisto cada vez em me prender a ela. Realidade. E tu?

Don't say no to me
You can't say no to me
I won't see you
Denied

Gritos perdidos na madrugada, eu que perdi a noção, caí e falar em pormenores recalcados da minha exaustiva mente perturbada. Sim eu perturbada, não tenho medo que me igualem à força de expressão agastada. Estarei displicente neste devaneio?

There's too much
Clinging
To peak
There's too much
Pressure

Cadeiras, mesas, garrafas, pratos vazios, liquidos deslizando por entre corredores uniformes, confissões ensaguentadas por lagrimas que recobriam a solida ideia de uma adolescência feliz. O sentir que se vive tudo muitas vezes de uma vez só, mas que precisamos destes momentos para conseguirmos sair ilesos do redundante círculo que se forma à nossa volta.
Porque eu sei para o que eu nasci. Porque me alimento da noite, da podridão humana, dos vidros que partia na cama dele, ele que sempre me punha fora dela a pedir clemência por mais uma ressaca. Porque sujo o vasto tecto de rectidão putrefacta, e clamo pela libertação sem barreiras, sem etica nem pudor, sem limites à totalidade do absoluto projecto de vida.

À emoção

He's
The beautifullest
Fragilest
Still strong
Dark and divine
And the littleness of his movements
Hides himself
He invents a charm
That makes him invisible
Hides in the air
Can I hide there too?
Hide in the air of him
Seek solace
Sanctuary


Bjork
1.An echo a stain
2.Hidden Place
3.It's not up to you