novembro 29, 2007

.it will come back to me .

Às vezes tenho a certeza que me deito sobre um corpo de uma imobilidade intolerável que me desconforta os sentidos e me cega a sensibilidade. Por vezes parece que a racionalidade é cada vez mais difícil de chegar, que cada vez se afasta mais para um porto longínquo, como se eu a engolisse assimilando imediatamente todos os resquícios pendentes. Muitas vezes tenho noção que não tenho noção nenhuma. Que me perco constantamente no mesmo círculo que diariamente construo. Como se os meus vai e vens de insanidade, de loucura, de humores, de altos e baixos, de ascendências e quedas vertiginosas pudessem justificar tudo. Pudessem balançar as necessidades e colmatar as faltas e as perdas abruptas assentes numa ponte débil e mais que tudo disforme. Porque nem a conheço nem almejo conhecer. Perco-me antes de a ver. De a encontrar. De a confrontar. E quando o faço parece que me falta a base, toda a base, todo o pequeno desconforto que me permita tocar-lhe nas feridas, levemente para não sangrar, como se isso fosse possível dado que todo o sangue dentro de mim congelou e endureceu num tornado de insensatez maldita. Como eu fosse imune a qualquer tentativa, a qualquer raiva que me dilacera o temperamento que por natureza é inquieto e mais que isso ansioso. there´s no name for us. como se tivesse sempre no abismo da minha própria inconsciência.
E depois gera-se o medo. A raiva. Toda vinda de mim, de dentro de mim para fora de mim porque em mim não encontra lugar, onde se distenda. Onde se realize. E é ridiculo, a palavra é essa, é ridiculo, porque existem coisas que não se podem nem devem sequer pensar em brincar e eu brinco com elas todos os dias.'Ela solta os seus longos cabelos, cor de ameixa, cor de mel, espalha a sua invejável liberdade numa plataforma ampla, limpa, branca, imponente na sua função de conjecturação, de procuras constantes de vida. Morte. Dor, ecléticas necessidades. É capaz de sentir, ate de relembrar. Pode até trincar de uma forma voraz aquele pedaço de maçã proibida, completamente amaldiçoada por venenosas promessas de uma identidade sem voz, sem alma, sem corpo. E aí procurar, constantemente, dentro de si, uma linha funda, até uns 400 m, onde se reveja como num espelho estilhaçado, nos seus 789 pedaços oblíquos que caem aleatoriamente sobre um soalho humido e enevoado por uma sombra qualquer. Para poder nesse exacto instante deixar escapar do seu todo essa vontade libertatária e aí encontrar entre pedaços de terra batida e paredes riscadas de azul forte, uma significante vertigem que a catapulte para o patamar que tanto pretende ver como pretende ignorar.'


If it comes back to me i'll let you know
Or why don't you call back to see tomorrow?
I hope i can be the hand that you need
It's unlike a really good solution at the time
It's unlike a really good solution at the time
I've been giving a lots of thoughts...i was so pleased
You were so sad last time we spoke...it seemed...
When i stop thinking about it...it will come back to me.
When i stop thinking about it...i.t.w.i.l.l.co.m.e.b.a.c.k.t.o.m.e.

novembro 19, 2007

.she's lost control.

Sobre o meu corpo descansou uma lassidão imperdoável que me catapultou para aquele patamar maldito mas porém andrógeno na sua concepção mais primária. Subiram os primeiros vestígios de uma loucura invejável, vulgo sintonia adulterada, por entre as minhas veias e o meu sangue obliterado pelo desequilíbrio apoteótico do meu ser. Existencial, palavra solene, reflexão isolada, deixada num canto a sossegar o suplício linearizado. Muitas identidades, muitos ataques ao pensamento-mãe, mas poucos alcances, poucas displicências, poucas verdades.
Muita dor, muita fome, muita sede de um infinito para além da nossa consciência horizontal.‘uma luz dormente, um apogeu musical, bastantes garrafas esvaziadas num nada, narcópticos perdidos num mar de uma imensidão imensurável, provavelmente lançado numa atmofera impregnada de cortes longitudinais na pele, ferindo a susceptibilidade de um silêncio apagado, adiado para um milénio depois. Forced by the pressure, the territories marked, no longer the pleasure, oh i've since lost the heart. Paredes pintadas de um negro dourado invisível, divididas ao meio por ténues dilacerações insanas, rasgadas ferozmente naquele exacto momento, onde o apelo à impossibilidade se torna mais credível e suplicante no seu devaneio entusiástico. Corrupted from memory, no longer the power, it's creeping up slowly, that last fatal hour. Porque lançam-se gritos esquecidos no ambiente já saturado de uma impensável fome, alargada como fonte de uma promiscuidade gratuita, essa que apenas materializa a vontade como necessidade, pura e somente, saciável, inóspita, a cristaliza num limite de solubilidade já ultrapassado por vertentes intermitentemente distorcidas. Oh, i don't know what made me, what gave me the right, to mess with your values, and change wrong to right. Controle. Falta de controle numa sala abafada por vazios ecléticos, por vozes sonoras, terrivelmente elevadas a um exponencial máximo de uma amplitude inalcançavel, possivelmente nunca antes atingida. Vontade. Real empenho num atingir de patamares desprezados, mantidos em estados de absoluta inacessibilidade por demais compreenderem aquelas fronteiriças limitações onde nos propagam os resquícios de uma atribulada dependência. Para viver, para corromper, para morrer. E nesses três estados de alma ambíguos, porque o erotismo é tão somente a aprovação da vida na morte, encontram-se os nossos mais singelos desejos, completamente renegados, atirados para um sem fim de obrigatoriedades humanas, para connosco, para com eles.
E nesse instante, nesse apelo, nessa perfeita consciência de uma queda abrupta, porque tao necessária ela é, distendem-se as verticalidades subestimadas, as mais ambiciosas colheitas de descentralização merecidas. E aí, onde nasce o medo, a hesitação, o desejo, a dor, o desespero, o vício, as promessas não cumpridas adiadas para um dia sem nome, onde se criam e destroiem simultaneamente as construções que tão arquetipamente elaboramos, perdemos o controle. Não só quando o precisamos, como o desejamos, como não podemos deixar de viver sem ele, como fazemos parte dele.’

.but she expressed herself in many different ways.
.until she lost control again.

Como o defendemos, o interiorizamos, o adiamos, o quebramos, o esquecemos, o recorremos.
São sobretudo suportes onde nos debruçamos como se da própria vida se tratasse ignorando que ela nunca os suportará como nunca se confundirá com eles.

i could live a little better with the myths and the lies,
when the darkness broke in, i just broke down and cried.
I could live a little in a wider line when the change is gone.
when the urge is gone.
to lose control. when here we come.

novembro 11, 2007

one more night

Numa saturação já esperada, encontra-se a mais terrena certeza da necessidade contra a ilusória força da independência. Num critério mais astuto da individualidade e da construção concisa do avançar dos dias, permanece aquela perene vontade de contrabalançar o peso de uma existência palpável. Porque podemos não conseguir medir mas ela existe.
E no meio de tantas incertezas misturadas ao acaso escapa-nos a vulnerabilidade de uma avaliação conscienciosa. E custa. Mas nestes dias invadidos por uma circustância que grita mais alto observamo-nos a afundar num mar de papéis invertidos, num oceano de ocupações gratificantes mas mais que tudo extenuantes que nos ocupam a mente e todas essas horas que passam por nós. E aí surge aquela palavra que por mais que a critiquemos e muitas vezes fujamos dela, por mais que a utilizemos sempre que qualquer encontro não se realiza, ela existe e preenche-nos a existência. A palavra escape.

Sabemos muito bem o quão efemero é até o pronunciar da dita. Contudo a necessidade de atear a sua chama perpetua-se indefinidamente. É como o correr atrás de algo que sabemos impossível. Mas ele é impossível? Não, escapes há muitos. Todavia existe sempre um demasiadamente especial tanto pela forma como nos alcançou como pelo impacto que posteriormente nos atacou.
Existe tambem uma posição vazia que impensavelmente ele adoptou face a tantos outros que poderiam dissimular a satisfação sentida. Satisfação essa que infelizmente se propaga.

One more night, that was a good one.
One more night, i dreamed it was a good one.

One one oneFaltam-me as cores, falta-me o riso, faltam-me as horas volvidas, as noites não dormidas, os acontecimentos acompanhados de não-acontecimentos, lembra-me a noite quente, os possíveis 32 graus, o alcool, a viagem demorada num autocarro que corria perpendicularmente à minha indisposição psicológica, falta a melancolia de um abatimento esquecido, falta a surpresa sem dúvida, faltam as mesmas noites, falta a alegria estúpida estampada no rosto apenas devido aquele momento, falta aquele momento, falta juntar até o que me lembro dele, falta sentir o sabor, o cheiro e a mão dele sobre o meu corpo. Atravessa-me o desejo, a saudade, as suposições, ideais, as conversas trocadas, o que passou e não volta a ser, entra dentro de mim uma interrogação perante o porquê e o como. Excitam-me as associações que poderiam se ter dissociado num fragmento convulso da minha mente complicada, os imprevistos que poderiam afundar na mesma pergunta retórica, provavelmente aquele olhar sereno e fixo na minha direcção, até mesmo o desespero de uma vontade fisica. Desengradece-me colmatar os espaços deixados em branco com obrigações, estipulações periódicas, com fugas à minha própria necessidade, desequilibra-me a ideia que tudo se evaporou, que afinal tudo tinha outra direcção, essa que eu nunca descurei, muito pelo contrário, que eu sempre a defendi realisticamente, mas essa que me impossibilitou de concretizar esse mero escape mesmo que fosse so essa a direcção que eu poderia escolher.

he starts with her back cause that's what he sees
when she's breaking his heart she still fucks like a tease
release to the sky, look him straight in the eye
and tell him that now, that you wish he would die
you'll never touch him again so get what you can
leaving him empty just because he's a man
so good when it ends, they'll never be friends
one more night, that's all they can spend


One more night, that was a good one.
One more night, i dreamed it was a good one.

One one one
One more, one more night, that was a good one
One more night, the end should be a good one
A good one