novembro 11, 2007

one more night

Numa saturação já esperada, encontra-se a mais terrena certeza da necessidade contra a ilusória força da independência. Num critério mais astuto da individualidade e da construção concisa do avançar dos dias, permanece aquela perene vontade de contrabalançar o peso de uma existência palpável. Porque podemos não conseguir medir mas ela existe.
E no meio de tantas incertezas misturadas ao acaso escapa-nos a vulnerabilidade de uma avaliação conscienciosa. E custa. Mas nestes dias invadidos por uma circustância que grita mais alto observamo-nos a afundar num mar de papéis invertidos, num oceano de ocupações gratificantes mas mais que tudo extenuantes que nos ocupam a mente e todas essas horas que passam por nós. E aí surge aquela palavra que por mais que a critiquemos e muitas vezes fujamos dela, por mais que a utilizemos sempre que qualquer encontro não se realiza, ela existe e preenche-nos a existência. A palavra escape.

Sabemos muito bem o quão efemero é até o pronunciar da dita. Contudo a necessidade de atear a sua chama perpetua-se indefinidamente. É como o correr atrás de algo que sabemos impossível. Mas ele é impossível? Não, escapes há muitos. Todavia existe sempre um demasiadamente especial tanto pela forma como nos alcançou como pelo impacto que posteriormente nos atacou.
Existe tambem uma posição vazia que impensavelmente ele adoptou face a tantos outros que poderiam dissimular a satisfação sentida. Satisfação essa que infelizmente se propaga.

One more night, that was a good one.
One more night, i dreamed it was a good one.

One one oneFaltam-me as cores, falta-me o riso, faltam-me as horas volvidas, as noites não dormidas, os acontecimentos acompanhados de não-acontecimentos, lembra-me a noite quente, os possíveis 32 graus, o alcool, a viagem demorada num autocarro que corria perpendicularmente à minha indisposição psicológica, falta a melancolia de um abatimento esquecido, falta a surpresa sem dúvida, faltam as mesmas noites, falta a alegria estúpida estampada no rosto apenas devido aquele momento, falta aquele momento, falta juntar até o que me lembro dele, falta sentir o sabor, o cheiro e a mão dele sobre o meu corpo. Atravessa-me o desejo, a saudade, as suposições, ideais, as conversas trocadas, o que passou e não volta a ser, entra dentro de mim uma interrogação perante o porquê e o como. Excitam-me as associações que poderiam se ter dissociado num fragmento convulso da minha mente complicada, os imprevistos que poderiam afundar na mesma pergunta retórica, provavelmente aquele olhar sereno e fixo na minha direcção, até mesmo o desespero de uma vontade fisica. Desengradece-me colmatar os espaços deixados em branco com obrigações, estipulações periódicas, com fugas à minha própria necessidade, desequilibra-me a ideia que tudo se evaporou, que afinal tudo tinha outra direcção, essa que eu nunca descurei, muito pelo contrário, que eu sempre a defendi realisticamente, mas essa que me impossibilitou de concretizar esse mero escape mesmo que fosse so essa a direcção que eu poderia escolher.

he starts with her back cause that's what he sees
when she's breaking his heart she still fucks like a tease
release to the sky, look him straight in the eye
and tell him that now, that you wish he would die
you'll never touch him again so get what you can
leaving him empty just because he's a man
so good when it ends, they'll never be friends
one more night, that's all they can spend


One more night, that was a good one.
One more night, i dreamed it was a good one.

One one one
One more, one more night, that was a good one
One more night, the end should be a good one
A good one