junho 15, 2006

..:she loves him..:

‘A luz entrava ténue desenhando contornos assimétricos no corpo dele. Ela fitava-o enquanto o frio da manhã a percorria, despojando a sua sombra sobre os lençois. As suas mãos passavam calmamente por aquele corpo que se mantinha adormecido, num sono pesado, quase absurdo, simultaneamente que o beijava serenamente. [Pedalling through the dark currents, find an accurate copy, a blueprint of the pleasure in me]

Partindo o confronto tal como deveria ser quebrado, ela caminha vagarosamente para um qualquer compartimento que lhe pudesse fornecer, naquele momento, o que ela precisava.
Mas não conseguia. Entrara e logo que a sua imagem assomara no espelho não conseguia conter os ímpetos. Porque ela sabia-o antes mesmo de ele saber. Porque ela o quis muito mais tardiamente do que o seu corpo desejara. Porque aquele segredo encarcerava os impulsos da sua intensa chama, aquela que a empurrara para o precipicio que agora experimentava cair. [Swirling black lilies totally ripe] E ela agora perdia o controle de si propria. [A secret code carved] Insistentemente a imagem da sua suplantação enquanto ser [Swirling black lilies totally ripe] permanecia atrozmente na sua identidade como humana. [A secret code carved] E nesse instante, ela recorria a tudo o que lhe pudesse equilibrar o nojo alcançado, gritando, clamando, em ingloria vontade perdida no horizonte da sua carne, essa já corrompida pela necessidade dele [He offers a hand shake crooked] e vomitava ódio, repulsa pela sua humanidade que agora a dilacerava continuamente, ultrapassando a barreira do inalcançável [Five fingers they form a pattern yet to be matched] expelindo o seu “eu” estilhaçado no “exterior”, na espera constante que o vómito interno a catapultasse para a salvação [On the surface simplicity but the darkest pit in me] Só que o caminho a desmembrar ainda era longo, e ela deixava escapar as forças, que só essas, a podiam conduzir ao patamar oculto da poesia primordial da sua auto-negação [It's pagan poetry] [Pagan poetry]

E ela chegara. Agora subia entusiasticamente ao cimo da montanha do seu desespero, observando a escuridão penetrante da superficie desgastada que a cobria [Morsecoding signals (signals)] E aí, ela libertou toda a concentração inerte da sua alma. Sentia os movimentos latejantes do seu corpo ignobil, as ondulações perpetuas do carne que o formava, recusava o cheiro extremado, o sabor extraído dele, o espaço entre as suas unidades físicas que se fundiam num processo de luxuria apenas. [They pulsate (wake me up) and wake me up] E ela vi-o. E ela atingiu-o. E ela compreendeu-o. E ela escorreu o seu todo na superficie gritante. Pegou neste, naquele, e arrebentou tudo o que havia ainda de sobreviver ao cataclismo que se apoderou do seu existencialismo [(pulsate) from my hibernate]

..:On the surface simplicity
Swirling black lilies totally ripe
But the darkest pit in me
It's pagan poetry
Swirling black lilies totally ripe
Pagan poetry:

Arrastando-se até a ombreira, desceu vagarosamente com seu espirito enebriado por aquele cheiro que ainda emanava do corpo dele [She loves him] [she loves him] corpo que ainda repousava interruptamente, e prosseguiu caminho até deslizar intemporalmente ao fim absoluto.

..: i love him..: ..:i love him..:

Cedendo à conquista do terreno desconhecido, deitou-se sobre o seu fim e apelou à vida, à morte, à transposição de si através da humilhação do ser, recorrendo aquele objecto que a transportou para a visceral libertação orgásmica, agonizando sobre o sangue derramado em seu redor.

E na rotação de todo aquele apelo à existência, ela purificou o seu sentimento [this time i’m gonna keep it all from myself], esgotando o poço da incapacidade eterna [And he makes me want to hand myself over]'


@by me, Bjork “Pagan Poetry” porque estou irremediavelmente apaixonada por esta musica



@@qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência
@@@gosto de dar a conhecer o que eu escrevo sem ser exclusivamente para o blog
@@@@Bjork...grande Deusa...
@@@@@so pa ti meu loveeeeee
, por sempre teres venerado uma musa inspiradora

5 comentários:

Jorge Afonseca disse...

não sei q diga senão...boa.

botinhas disse...

3 "hmmmm"s e 4 suspiros!
Best post ever, and he [me] loved it! ;)

Anónimo disse...

LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL, EU MORRO, a serio, isto é pior que verme a brincar no parque infantil do central park, men, desculpa lah o desabafo.. mas saiu, nao aguentei.. foi mais forte que eu !!LOL!!!

Men tipo, "she love's him.." eu conheço essa frase de algum lado, so me lembro claro da daphne descends =P
Não passamos de Australopithecus que foram promovidos a Sapiens.;)
O facto de sermos Sapiens não retira o modo Australopithecus...
Continuamos a andar de moca na mão a arrastar quem nos apetece pelos cabelos. ;)
As relações e a maaneira das pensar e das viver incluída.
Tudo é muito bonito quando falado e discutido, mas aquilo q cada um faz e pensa dentro e fora de casa é tão negro quanto a existencia da espécie.
Mas tb somos capazes de pensar bem e bonito. De qq maneira não compensa nem suplanta....... Pah sei lah, LOOOOL, so sei q nada sei :D

*****************

Anónimo disse...

Andreia...
Conheces bem a barreira que nos limita e o bloqueio intemporal que nos invade.

"..a essência que em nós nunca chega a ser destruída.."

por qualquer rapariga meio perdida mas cheia de talento.

como tu dirias.."AMEI"...

muito bom...beijos

p.s: será esta a nova história das terças-feiras à tarde...

Anónimo disse...

@TU és a minha musa inspiradora@

'You can leave me
On the corner
Where you found me
I'm not for sale anymore'

P.S: I'm always here