por hoje e por enquanto...

Também eu já senti não haver lugar ou espaço...esperança pra ter

Também eu sei de raiva a nascer por tantos gritos..ter de conter
mas sei também..que fora de nós..não ha salvação..resta-nos então...
dar asas ao que se inventa...

finge esquece...engana o desencanto...brinda por ti...por hoje e por enquanto...

finge, esquece...engana o desencanto...brinda por ti...

também eu já estive sozinha...entre tanto sol..erva daninha...

mas vi também que fora de nos...nao ha salvação..resta-nos então..

dar asas ao que se inventa....

finge ,esquece..engana o desencanto...brinda por ti..por hoje e por enquanto...

finge esquece..engana o desencanto...brinda por ti...

Xana "Manual de Sobrevivência"

esse frio invade a alma perpetuando um gosto de ser quem não é.

uma surpresa inacessível perdida num sentido ilusorio de felicidade.

Tal como Morvern Callar não conseguimos conceber esse fim. Antes esperamos pelo momento certo para recobrirmos o véu de incertezas, e despojarmos cada partícula final num misterio primordial, ela nao esqueceu, ela nao alterou, ela nao acreditou, ela nao resignou. Ela foi fiel, ele também. Ela procurou a melhor forma de viver com isso. E nao recalcou nada...apenas viajou ao encontro do seu ser, insoburdinando uma vontade incessante.

Quantas vezes erramos e gostariamos de voltar atras? Quantas vezes desejariamos não ter presenteado dadas situaçoes e dadas conversas em que so ouvimos aquilo que nunca soletrariamos a ninguém? Quantas vezes quisemos mudar o "outro", minimamente coloca-lo a nossa imagem para que pudesse atraves dele e somente dele sentir o mesmo que nós?....nos compreender..e não dizer "sim eu percebo."..as ocorrências sao diversas e não ha nada a fazer....

O que são divagações? Medos inconfessados? Problemáticas escusadas...? Tal como ela não surgiu um ideal a seguir com livre arbitrio...uma linha de raciocinio plausível de ser formatada para um disco cerebral complementar, que ao dualizar essa preponderância fosse eficaz..não?

Sério...quando ultrapassamos esse período que nos assola repentinamente, somos confrontados com recaídas. Meros impulsos que nada nos trazem..oscilamos ali sem saber onde começar e triunfamos vagarosamente com o ténue receio de cair, escorregar mas....you won´t see me...you won´t miss me...and you won´t see me falling...ok..tudo bem. Reconheci que gostavas de mim pela minha companhia, por aquilo que te podia dar, por aquilo que eu te dava mesmo, pelas tardes de riso, pelos arraias de correrias e loucuras, por aquela luz ao fundo do túnel, por eu saber o que eras e o que querias, por eu nao ter receio de me mostrar cruamente num desnivel qualquer, por eu estar ali para tudo, por ao minimo problema eu estar la em baixo para nao caires directamente no chao e descobri que eu gostei de ti por não te importares com tudo aquilo que me importunava, magoava, feria, queimava, me deixava down...as minhas fraquezas submersas não te faziam mover desse topo de montanha em que nada nem ninguém te podia atingir...eramos meros aspirantes a um dia entrarmos nesse mundo mas antes do mais a tornarmo-nos complementos desse mundo. Porém para quê? No fundo seriamos complementos do teu egoismo, de tudo aquilo que patrocinaria o teu mimo, de tudo aquilo que te faria continuar a acreditar que a revolta so pertence ao teu mundo, deixando-te viver na ilusao de uma perfeiçao inexistente....

sei bem que ainda existe um sorriso escondido quando eu te defino todavia aconselho.te a procurares o teu rumo porque...ninguém crescerá por ti nem existirá ninguém que reuna a paciência que alguma vez tive...

Tal como ela cortei aos pedaços e enterrei-os aleatoriamente no espaço recôndito denominado memória...por vezes sobressaltam-se, remoiem-se indefinidamente enquanto alcançam o seu lugar. Estarão aqui para um sempre, sempre esse infinito e existencial. Por hoje e por enquanto.