fevereiro 21, 2005

as vezes desço abaixo de zero

Viajo e sou vento no cabelo
Sou fogo sobre gelo, sou tiro que parte num duelo final...
Sou guerra e só procuro ter paz e tu não me dás...
Sou fera inflamável como o gás

Eu sou assim chego e desapareço cedo
eu sou a noite no espaço ninguém me vê por onde eu passo

Eu parto e finjo que sou cruel...espada de papel...
sou tinta e tu és pincel fiel...

Eu sou assim e chego e desapareço cedo
eu sou a noite no espaço ninguém me vê por onde eu passo

Sou o vento todo o ano...estou aqui por engano

eu sou assim chego e desapareço cedo ( sou o vento todo o ano)
eu tenho tudo e nunca desespero ( estou aqui por engano)
as vezes desço abaixo de zero ( só procuro ter paz e tu não me dás)
sou má (sou fera inflamável como o gás)

eu sou assim e chego e desapareço cedo....sou má...

"Sou como a noite" Lucia moniz

Grande letra, grande som, grande voz...música portuguesa é das coisas melhores que temos no nosso Portugal..mas , como sabemos, não temos propriamente a evolução no mundo artístico que desejariamos senão eu não estaria no técnico de certeza...enfim..precisamos de gente com garra como a Lucia. A proposito desta música do albúm "67" ela diz: " Esta foi a primeira melodia a ser composta. Gosto muito deste tema porque é muito subjectivo, dá-se a muitas leituras".
Apesar de não ser da minha autoria, esta letra é bastante pessoal logo não vou falar muito acerca dela..experimentem saca.la mesmo e não so ler o que escrevo..as vezes ha correlações..
Bem tou com uma disposição que nem queiram saber...sexta-feira passada la fui tirar o ciso, que por sinal tinha de estar numa posição surreal que mais ninguém teria (pelo menos os dentistas disseram que era quase impossivel aquela situação), mas não vou explicar a cena toda porque enfim nunca mais saía daqui...e nem interessa muito..só sei que mesmo com anestesia custou-mes bues, sangrou uma noite inteira, ter esta impressão de tudo cozido é pessimo..e também tou constipada a tomar antibióticos mesmo para o dente que só me põem mais mole ainda..e para não bastar hoje apareceum uma afta enorme na ponta da língua!! mas enorme não supõem..ou seja comer, falar é quase impossivel..não totalmente porque eu sou teimosa...
E falando de teimosia..sinceramente convenco-me que tenho um defeito que muita gente considera virtude..não, não é teimosia..ou é disfarçada de algo mais..não consigo desistir de nada! acreditem que não é fácil não desmoronar-mos por qualquer coisa...não pensarmos "pa..é melhor desistir para mim mesma senão bla bla"...eu nunca quero saber de consequências..posso camuflar aquilo que sinto ou quero mas no fundo nunca perco a esperança...
Até que ponto isso é válido e saudável? Até que ponto a emotividade não vence a racionalidade? Seremos apenas apelidados de "emotivos" ou "racionais" ? não podemos ser as duas coisas em doses bem equilibradas? ou não existe equilibrio possível?
Sim faço muitas questões...e recorrendo ao que um amigo meu me disse :"a dúvida é muito positiva desde que nem toda a vida se paute na dúvida"...ya é real! mas...as mesmas dúvidas não são eternas...estamos sempre a viver, (não digo evoluir porque muitas vezes regredimos), e isso implica que todos os dias a todo o segundo surjam novas questões que, ou respondem as anteriores ou modificam as mesmas,mas nunca estagnamos...
Em conversa ontem com a Ana Luísa, mais uma vez acreditei no mesmo...até que ponto a nossa persistência, luta, determinação, confiança, perseverança mesmo nos traz algo de estável? Chegamos a um dado momento que nada faz ja sentido e não encontramos objectivos de vida..ou melhor..alteramos os nossos objectivos de vida. Renegamos ao que sempre quisemos.
Não seremos meros aspirantes a alcançar tudo o que queremos (mesmo sem saber o que) e depois largamos tudo porque ja o conseguimos? Podia aqui fazer analogias a alguns sectores de vida nos quais me identifico com essa perspectiva, mas não vale a pena..estou a espera que eu própria me prove do contrário..
Quantas coisas, acessíveis ou não, legítimas ou não, podemos "desviar" para alcançarmos tudo o que queremos? as vezes todos nós descemos abaixo de zero..e não deixamos a razão nos governar o percurso..
Apenas acredito que se fossemos liderados pela frieza e pelo cálculo seriamos mais felizes..



2 comentários:

jorge disse...

penso que (bom, talvez aquilo que tenha lido ultimamente me tenha toldado um pc as ideias) a determinação do ser humano tem que ver sobretudo com a sua vontade de poder (sim....é nietzche, nao sou eu)..mas neste ponto concordo com ele. assim, e seguindo com este pressuposto, a esperança em conseguirmos algo decorre da vontade que temos para conseguir aquilo que do nosso pto d vista nos torna mais fortes. Da mesma forma, aquilo que nos motiva a fazer algo tem como base a nossa esperança.

Assim a nossa vontade em querer ser mais está por de trás da nossa esperança. No entanto, parece-me a mim, que a esperança decorrente desta vontade de poder, não sofre um filtro da razão. isto significa que pode tornar-se desenfreada, surgindo ao gosto do nosso inconsciente. ora isto, para o ser humano visto como o único individuo, não é necessariamente negativo, mas, tendo em conta que o ser humano vive em sociedade, esta esperança desenfreada pode ser contraproducente. A sociedade está estruturada sobre uma base competitiva onde chega mais além o mais apto, o mais rápido, enfim, o melhor em determinada situação. Mas na sociedade o melhor numa dada tarefa é também aquele que percebe as suas limitações, e percebe até onde deve dispender esforço, percebe que problemas deverá atacar para ter sucesso, no fundo, que se conheça a si mmo. e este também me parece ser um ponto indispensavel para a felicidade: conhecermo-nos, estabelecendo metas possiveis de alcançar, e sentindo-nos bem com a sua conclusão.

Anónimo disse...

4*