dezembro 20, 2009

a dúvida .

Era como um balão almost prestes a rebentar, sempre no limite das suas viscerais tensões superficiais, era como se a vida estagnasse, pressurizasse, decaísse. Era como se um reino de encantar se equilibrasse e construísse sobre pilares sarcásticos e débeis acompanhados por uma voz humana. Era como se simplesmente carne e espiríto fossem automaticamente separados, indo de encontro a uma tômbola pesada mas volátil. Como se a sua armadura não fosse de vidro mas de um metal fundível a -20ºC. Era como se esses mesmos castelos, idiotas nas sua mais vulgar e primária concepção, fossem tão seguros como desenraizados.

[vox humana]

Era como se a alma, veículo de consumo humano em intempérie sadiana, fosse amolgada e consumida por uma ténue fronteira temida. Era como se apenas o medo, essa palavra maldita, ofuscasse esse ponto de encontro onde a neura se reconciliava com a confiança. Se complementava, sossegava, reconfortava. Sem sequer ponderar na hipótese de engodo, falácia, mentira, ilusão. Sem iludir a própria desilusão arquitectada por um corpo saudável mas desgastado.

I haunted a basketmaker's shop
Spending days ripping pictures from magazines
taping them to the walls of my prison

I remember walking by the sand, each knob represented a different frequency range
and I remember holding the hand of the skeleton prince and he swept me into his arms
and he. he had tremolo deep in the back of his black eye sockets

and he said

"Do you want to come away with me into the pitch black pool?"

And I said: "I don't know, I don't know, I don't know..."Photocopied.
The wind ripped through the trees and all the stained-glass windows rattled
I haunted a basketmaker's shop in 1927
And on the beach in the summer there were thunderstorms constantly
and they were unpredictable.

nobody knew when they would come and nobody knew how long they'd last

Sometimes they'd only last five minutes. and sometimes. weeks.

I haunted a basketmaker's shop because I had nowhere to go

(one long weekend)

Stained-glass windows turning off and on and the tremolo in the back dark corners
cobwebs stripped, mildewed
I remember acoustic guitars and bells, I remember the cathedral
I remember cassettes, cathedral
I remember cassette cathedral

I remember cassette cathedral.


E naquele repouso inóspito, árido, desprovido de um quente recolher, de um macio acordar, de um pleno adormecer, fundiu-se o corpo com a necessidade de prosseguir, de apenas viver, dia após dia, num verdadeiro conhecimento, de uma pressão inigualável mas ultrapassável. E dado esse passo, essa redoma circunstancial, essa bolha no limiar da explosão rebenta assim, arrastando atrás de si, pedaços de uma vivência desaforada, de uma experiência desafortunada, de uma errada entrega corporal, de um negativo impresso em carne viva. Onde o sangue escorria, o sangue não estancava. De um vermelho vivo atroz, de uma força e fluidez apreciáveis, mais do que aceitáveis, correntes mas estrondosas. Onde aquele rio de sangue inundava o meu dedo e me catapultava para o novo mas antes de tudo, o próximo patamar. Aquele. Onde toda aquela voz suplantava o ócio, o que é e que tem de ser. Ópio da mente humana, vender a sua identidade a si própria a troco de uma consciência sustentada, que não mais pode ser alcançada senão através de um suicídio existencial.
E nesse mesmo corpo repousou a mente, agastada e dilacerada, retorcendo os membros e absorvendo os resquícios da bolha eclodida, pairando sob o ar, pairando sob si, adornando a apatia e o vácuo, instantaneamente surgidos como mero resultado dessa libertação. Recolocando-os e orientado-os para entre eles de novo recomeçar o hábito.

Onde o metal cristalizava em vidro novamente. Inexoravelmente.