setembro 14, 2008

. i'm deranged .

. come . admit it to me. have i become your enemy? .

Triste se assim for. Lembrar-me...sim triste muito triste. Quando penetro dentro do meu espírito e vejo duas paredes opostas a dividir um meio que não tem fim. Dividindo um eu de um não-eu. Afinal quem é o verdadeiro eu?

Boa questão, eu pergunto-me. Fantástica imposição, eu pertenço-me. Dilacero-me, existo, antes disso conjecturo.

Há coisas fantásticas não há?

Viver. A vida é basicamente o quê? E será que só aqui eu não me encontro?

Não me encontro.

is there a ghost in my house?

Acho que o senti, antes disso ouvi. Nesta leve, ténue, quase horrível dor de cabeça. Tipo deslizou e ecoou um som. Mas eu não quis saber. Estava tão absorta no meu sono, no meu encadear de sonhos que simplesmente deixei o som onde estava. Mas não. Ele nunca encadeia. Levantei-me. Acendi o candeeiro. Estava tudo normal. Em lugar algum podia ter deslizado nada, escorregado, caído, efectuado um mero distorcer da realidade. Aí, deitei-me, a luz apagou-se e concluí que eu é que distorço a realidade. Mas qual? Aquela que se me apresenta diante dos olhos? Mas como? Será que sou eu? Ou eu aqui? Será que já não consigo mais morar em mim ou comigo aqui? Será que em qualquer outro lugar tudo aconteceria normalmente ou sou eu que já não sei acontecer? Será que esgotei? Ou saturei? Será que me enjoei e já não consigo suportar mais? Será o quê? Não entendo. Não sei o que faz falta. Às vezes sei. Mas teimo em manter a ideia que as coisas tem de ser assim porque se foram assim um dia então não tem que ser de outra forma.

Mas sinto a falta. Sinto a falta de um ânimo que me fugiu. Sinto a falta deles, delas, dele, dela, sinto a falta de euforias, sinto a falta de um movimento que parece que desacelerou na minha vida, mas que curiosamente é como se eu o tivesse abandonado.

Na realidade, eu preciso de uma revolução. Uma estonteante revolução. Não sei se aguento até lá. Até porque quando esse lá chegar pode nada mudar. Sinto-me presa. Presa a arquétipos, a necessidades, a pensamentos, a sensações, a pressentimentos, a dia a dia, a uma vida que não me pertence mais, sinto-me totalmente presa. E pela primeira vez na vida reconheço a necessidade mais que urgente de dar um salto já, para um abismo, mas mais que tudo um abismo desconhecido, sinto a falta de um nada. De um tudo. Sinto a falta de algo que se calhar nunca tive, nunca aconteceu. Provavelmente sinto a falta de me reinventar a mim própria, de arriscar, de simplesmente viver.

Sinto a falta da intensidade que sempre morou em mim. Agora ela fugiu, escondeu-se. Emigrou. Agora eu sou louca. Não foi só naquele momento em que admiti sentir-me louca e dizer ‘agora sou louca’, nao foi só, agora não consigo conceber sequer certos passos, tão fáceis e certos do seu caminho. Parece que não os vejo, como se estivessem mesmo ao meu lado mas a minha miopia fosse demasiadamente elevada para me permitir discernir tal. Entre duas características comportamentais eu sinto-me completamente doente, psicótica, infernal. Quase até que uma repulsa por mim. Porque olho e não vejo.

E pensando bem, nem sei o porquê de ter cedido oportunidade a situações que nunca se passaram. Como se elas apenas estivessem agendadas no calendário. Fosse algo marcado. Não sei o porquê. E quando se desconhece a razão.....Não sei porquê essa corda, essa ligação, essa força toda que me puxa sempre e para sempre com a mesma obsessão....

Ai se fosse tudo tão simples como um fácil, ‘esquece’. Esquece aquilo que és. Esquece aquilo que te consome. Esquece o furacão que não chega. Esquece apenas que existes.

Como eu sinceramente gostava......