dezembro 02, 2006

my hidden place

Farta de insanidades de pessoas que ousam expor situações ridículas, vidas pessoais que em nada me podem transmitir de fiel e intransmissível, que consigam suplantar o desequilíbrio emocional que envergo em postes de loucura electrizante.
Pessoas, pessoas, pessoas, cheiros, pulsões, sentimentos, divisórias, quartos.

[Frosti]

Inimizades, vidas passadas, relegadas, cruzadas num vão promíscuo, a minha fome, a tua sede, a tua necessidade, a minha vontade. Às escuras num percurso insano. Eu procuro desequilibrio emocional. Eu quero-o. Eu verto sangue por ele. Eu preciso. Só sei viver nesse estado de letargia incongruente. Eu sobrevivo sem ele. Eu só sei viver aqui. Não me tirem daqui. Não me deixam estabilizar.I can't say no to you. I can't say no to you.
Say nothing

Free falling
Complete

Deito sobre os lençois os restícios de papel queimado, odor a passado derramado sobre uma eterna procura de fel. Contornos premeditados de lembranças etereas, doce sucumbir a uma tentação oculta, premissa no acreditar. Na transformação de um epílogo fantasiado, na concretização do desejo falhado sobre a amalgama afundada no meu inconsciente. Em mim, no querer de parte de mim, nessa divisão irónica, no sorriso sarcástico, no colar de conversas ultrapassadas, no olhar pela porta da transgressão.
No continuar, na ilusão de flashes debeis, puro aprumo numa categoria eclesiástica de luxuria. Do corpo, da saliva, do sabor. De ver algo que julgava inexistente.De olhar para ti entre aqueles aparelhos perniciosos que me permitem agora a escrita e sentir vontade de saltar para o precipicio da vontade, da força enebriante que me percorre o profano poço carnal. Culpa? Tenho eu a culpa? Culpados? Quem somos nós? Fugimos e escondemo-nos atras do armario à espera que escorram sobre nos o alcool que almejamos em inglorio gosto. No sacrificio de enganarmos a propria redundancia em eternas trilhas de insensatez proibida. I'm sorry you saw that.
I'm sorry he did it.

A ilógica. O non sense. O prosseguir. O irrefutavel. É olhar pa ele e não perceber. É sentir uma fonte obscura, a perene necessidade de cair, sim desleixar, perder os sentidos perante ti e nesse chão rastejar em fé na destruição desse prédio convicto de instabilidade. Saborear estes pedaços de um concentrado que me devolve a raiva desestruturada da minha possessão. Eu não quero saber de nada, poupem-me essas indiossicrasias, prefiro-me afastar no canto mais longínquo e apenas absorver o que é. Gosto muito dela, insisto cada vez em me prender a ela. Realidade. E tu?

Don't say no to me
You can't say no to me
I won't see you
Denied

Gritos perdidos na madrugada, eu que perdi a noção, caí e falar em pormenores recalcados da minha exaustiva mente perturbada. Sim eu perturbada, não tenho medo que me igualem à força de expressão agastada. Estarei displicente neste devaneio?

There's too much
Clinging
To peak
There's too much
Pressure

Cadeiras, mesas, garrafas, pratos vazios, liquidos deslizando por entre corredores uniformes, confissões ensaguentadas por lagrimas que recobriam a solida ideia de uma adolescência feliz. O sentir que se vive tudo muitas vezes de uma vez só, mas que precisamos destes momentos para conseguirmos sair ilesos do redundante círculo que se forma à nossa volta.
Porque eu sei para o que eu nasci. Porque me alimento da noite, da podridão humana, dos vidros que partia na cama dele, ele que sempre me punha fora dela a pedir clemência por mais uma ressaca. Porque sujo o vasto tecto de rectidão putrefacta, e clamo pela libertação sem barreiras, sem etica nem pudor, sem limites à totalidade do absoluto projecto de vida.

À emoção

He's
The beautifullest
Fragilest
Still strong
Dark and divine
And the littleness of his movements
Hides himself
He invents a charm
That makes him invisible
Hides in the air
Can I hide there too?
Hide in the air of him
Seek solace
Sanctuary


Bjork
1.An echo a stain
2.Hidden Place
3.It's not up to you

5 comentários:

Anónimo disse...

!!!!

Fenomenal!!

o doce périplo da inconsciência, dir-se-ia...

Beijos V.

Anónimo disse...

Uma aventura extasiante Andreia, a que se faz a ler estes teus textos...
Gosto da cor, da versatilidade, e da experiência, gosto também da foto, da montagem do raciocínio...
*****

Anónimo disse...

"O sentir que se vive tudo muitas vezes de uma vez só, mas que precisamos destes momentos para conseguirmos sair ilesos do redundante círculo que se forma à nossa volta."
»»excelente verbalização.
Coerência, estilo e profundidade.

Gostei.

Benper disse...

Bjork faz bem a qualquer um.
*

Anónimo disse...

punha-nos fora...